As autoridades alemãs afirmam ter encontrado ADN de um militante neonazi junto dos restos mortais de Peggy Knobloch, uma menina alemã que esteve desaparecida durante 15 anos, e cujo cadáver foi descoberto em julho deste ano. Após a análise dos restos mortais, as autoridades alemãs descobriram ADN de Uwe Boehnhardt, um dos três elementos de um grupo neonazi que matou dez pessoas — nove estrangeiros e um polícia — entre 2000 e 2007. Boehnhardt suicidou-se em novembro de 2011, numa explosão, antes de ser detido pela polícia ao assaltar um banco.

A criança ficou conhecida como a “Maddie alemã”, devido às semelhanças com a criança inglesa desaparecida em 2003 no Algarve. Desapareceu em 2001, e durante 15 anos multiplicaram-se as teorias sobre o paradeiro da criança. O caso estendeu-se a todo o mundo depois de terem surgido relatos de que teria sido vista na República Checa e na Turquia. Após anos sem ser descoberto o corpo, ganhou força a tese de homicídio.

O cadáver acabou por ser descoberto em julho deste ano, por um homem que estava a apanhar cogumelos numa floresta perto da casa da família da criança, no estado alemão da Turíngia. Em 2002, um homem confessou ter violado e assassinado a menina. Dois anos depois retirou a confissão, mas acabou condenado a prisão perpétua. Ainda cumpriu dez anos de pena num hospital psiquiátrico, até ser libertado após ver a sentença anulada.

Até aqui, mais ninguém tinha sido implicado no caso. A descoberta do material genético deste militante neonazi, que se suicidou em 2011, pode representar uma reviravolta no caso, mas as autoridades preferem manter-se cautelosas. “Para saber como chegaram os indícios do ADN ao lugar dos acontecimentos, e se estão relacionados com a morte de Peggy é necessário continuar as investigações, que por agora estão numa fase muito inicial, e olhar em todas as direções”, explicou ao jornal espanhol El País fonte da investigação.

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, admitiu que existe a suspeita de “que o integrante da NSU [Nationalsozialistischer Untergrund – Nacional Socialismo Clandestino] pode também ser o assassino da pequena Peggy”. Há agora várias possibilidades em aberto, já que a morte de Peggy Knobloch não se enquadra nos restantes crimes cometidos pela NSU, não estando descartada a hipótese de os crimes não estarem sequer relacionados.

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