Foi há pouco mais de um ano que o nome de Petra Laszlo se tornou mundialmente famoso — e não por bons motivos. No pico da maior crise de refugiados da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, a repórter de imagem húngara foi filmada a rasteirar e pontapear alguns refugiados sírios que tentavam entrar no país. Agora, o nome dela volta às notícias. Na sexta-feira passada, Petra Laszlo reapareceu publicamente para receber um prémio de cinema em nome do marido.

O filme de Gabor Laszlo, marido de Petra, aborda a revolução popular de 1956 contra o governo húngaro, ideologicamente influenciado e apoiado pela União Soviética. Estima-se que cerca de 200 mil húngaros tenham sido obrigados a refugiar-se noutros países em consequência desta revolta, falhada. A película foi premiada pelo festival de cinema de Lakitelek, uma pequena cidade a sul de Budapeste.

De acordo com o jornal local The Budapest Beacon, Petra Laszlo recebeu o prémio das mãos de um poeta e deputado do parlamento húngaro, Sandor Lezsak, responsável por uma fundação de divulgação da cultura russa e oriental na Hungria — em cuja sede decorreu a cerimónia.

Em setembro do ano passado, Petra Laszlo apareceu num curto vídeo de vinte segundos a rasteirar Osama Alabed Almohsen, um refugiado sírio que levava uma criança nos braços enquanto tentava fugir da polícia. Noutro vídeo, a repórter de imagem surge a pontapear um rapaz e uma rapariga. As imagens tiveram eco mundial e Petra acabou por ser despedida da estação de televisão para a qual trabalhava, a N1TV. Poucos dias depois, Petra Laszlo pediu desculpa pelos atos, mas isso não a livrou de ser formalmente acusada de conduta desordeira em setembro deste ano.

O refugiado rasteirado, Osama Alabed Almohsen, foi na altura contratado pelo Centro Nacional de Formação de Treinadores espanhol como administrativo. E lá trabalhou até à semana passada, data em que foi despedido pelas dificuldades que demonstrou na aprendizagem da língua castelhana.

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