O chefe de Estado ucraniano, Petro Poroshenko, reafirmou a vontade de organizar um referendo sobre a adesão do país à NATO, numa entrevista publicada esta quinta-feira na Alemanha, num contexto de recrudescimento da violência no leste.

“Enquanto Presidente, sou guiado pela opinião da população ucraniana”, indicou, em entrevista a um grupo de diários regionais, incluindo o Berliner Morgenpost. O dirigente, que já no passado tinha manifestado vontade de consultar os ucranianos sobre esta questão, acrescentou que “há quatro anos, 16% eram favoráveis a uma adesão da Ucrânia à NATO. Agora são 54%”.

“Para mim, o que conta é a opinião da população ucraniana. Se os ucranianos se pronunciarem a favor, farei tudo para chegar a uma adesão à Aliança Atlântica”, prometeu.

Poroshenko não fixou qualquer calendário. A Ucrânia manifestou a vontade de aderir à NATO desde que um Governo pró-ocidental foi constituído em fevereiro de 2014, na sequência da revolução da praça Maidan, da anexação do mês seguinte da Crimeia pela Rússia e o início de um conflito armado no leste separatista.

Moscovo tem denunciado repetidamente a aproximação da NATO às suas fronteiras, apesar das promessas de não-alargamento formuladas, de acordo com a Rússia, na sequência do fim do bloco de Leste.

Os combates, mais violentos desde a trégua estabelecida em dezembro, decorrem há vários dias na linha da frente no leste ucraniano, entre soldados ucranianos e rebeldes pró-russos, numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos, favorável a uma aproximação de Moscovo, é acusado pela UE e Kiev de apoiar os rebeldes, o que Donald Trump nega.

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