A polícia da Malásia deteve esta quarta-feira uma mulher por suspeita de envolvimento na morte do meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, avança a Associated Press. Kim Jong-nam, de 45 anos, morreu na segunda-feira numa zona comercial do aeroporto de Kuala Lumpur, alegadamente envenenado por duas mulheres, quando se preparava para apanhar um voo para Macau, onde residia.
A mulher, identificada como Doan Thi Huong, de 29 anos, tem passaporte vietnamita e foi identificada pelas câmaras de vídeo-vigilância do aeroporto como uma das mulheres por detrás do episódio de envenenamento que provocou a morte do familiar do líder norte-coreano. Nas imagens, aparece com uma camisola onde se lê a expressão “LOL”. Kim Jong-nam era um forte crítico do regime, tendo abandonado a Coreia do Norte há mais de 15 anos.
CCTV images from Malaysian and South Korean media show alleged suspect in killing of Kim Jong-Un's half-brother #KimJongNam. Pic: Malay Mail pic.twitter.com/3bcw1QKDto
— Sky News (@SkyNews) February 15, 2017
A agência secreta da Coreia do Sul suspeita que duas mulheres norte-coreanas tenham estado envolvidas no episódio de envenenamento, sendo que a mulher vietnamita “foi identificada nas câmaras de vigilância do aeroporto e estava sozinha na hora da detenção”, anunciou. A mulher foi filmada pelas câmaras de vigilância a apanhar um táxi à porta do aeroporto pouco depois do incidente.
Segundo relata o britânico The Guardian, a morte por envenenamento não foi imediata. Kim Jong-nam estava no aeroporto de Kuala Lumpur preparado para embarcar para Macau quando foi atacado. Ainda teve tempo de alertar os funcionários do aeroporto de que tinha sido atacado “pelas costas” e que lhe tinham posto um spray no rosto. Acabaria por morrer na ambulância a caminho do hospital.
“Ele avisou uma funcionária do átrio que alguém o tinha agarrado no rosto e lançado um spray. Pediu ajuda e foi imediatamente levado para a clínica do aeroporto. Nessa altura estava com dores de cabeça e quase a desmaiar. Foi aí que foi levado na ambulância para o hospital de Putrajaya, onde foi declarado morto”, disse um dos responsáveis policiais pela investigação, do estado de Selangor, citado pelo jornal malaio The Star.
Segundo o mesmo responsável, além da segunda mulher que terá protagonizado o ataque, a polícia procura “vários” outros suspeitos de envolvimento na morte de Kim Jong-nam.