O cancro do pâncreas pode evoluir quase sem sintomas e mata anualmente cerca de 358 mil pessoas em todo o mundo. Agora, de acordo com a Science Magazine, investigadores norte-americanos desenvolveram uma aplicação que ajuda a detetar alguns sinais de alerta desta doença silenciosa, através de selfies.

Um dos primeiros sintomas é a icterícia – cor amarelada na pele e olhos -, causada pela acumulação de bilirrubina no sangue. A aplicação BiliScreen serve precisamente para detetar os níveis de bilirrubina na esclera (a parte branca do olho). O processo desenrola-se através de uma câmara de smartphone e de algoritmos computacionais, tendo data de apresentação marcada para 13 de setembro, na conferência UbiComp 2017. O avanço pode permitir um novo tipo de triagem da doença para doentes em risco.

O problema com o cancro do pâncreas é que, quando os sintomas aparecem, normalmente já é tarde demais”, disse Alex Mariakakis, um dos criadores de aplicação e aluno na Paul G. Allen School of Computer Science & Engineering. “A esperança é que as pessoas ao fazer este simples teste uma vez por mês, consigam detetar a doença numa fase inicial e possam ser submetidos com antecedência a tratamento”.

Tendo em conta as diferentes condições de iluminação, a equipa testou a ferramenta com óculos de papel com quadrados coloridos, para ajudar no calibre da cor, e uma caixa 3D, para bloquear a luz ambiente.

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O estudo teve por base a submissão de 70 pessoas ao BiliScreen e foram corretamente identificados casos 89,7% das vezes, em comparação com os testes de sangue utilizados atualmente.

A aplicação foi concebida para ser uma ferramenta fácil de utilizar, que pode ajudar a determinar se alguém deveria ou não consultar um médico para novos testes. A ferramenta criada em conjunto por médicos da Universidade de Washington e engenheiros computacionais do UbiComp usa a câmara embutida de um smartphone para recolher dados sobre a pessoa que se encontra na selfie.

Um manual para saber mais sobre o cancro do pâncreas