Cerca de 71 mil agregados familiares em Hong Kong sobrevivem com menos de 1,60 euros por refeição por pessoa, concluiu um estudo citado pelo jornal South China Morning Post (SCMP).

Com as famílias sem acesso a habitação pública a gastarem grande parte do seu orçamento com a renda, mais de 40% dos agregados de baixos rendimentos não consegue satisfazer as necessidades nutricionais básicas e alguns sobrevivem com menos de 15 dólares de Hong Kong (1,6 euros) por refeição, de acordo com o estudo do Conselho dos Serviços Sociais de Hong Kong, que monitoriza mais de 460 grupos comunitários.

O conselho analisou as condições das famílias consideradas de rendimentos baixos, ou seja, que ganham menos de metade do salário mediano da cidade, mas que não têm acesso a segurança social.

Um agregado familiar é considerado pobre se aufere por mês menos de 3.500 dólares de Hong Kong (381 euros) por pessoa, 8.500 (925 euros) por duas, 14.000 (1.523 euros) por três pessoas e 17.000 (1.850 euros) por quatro.

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O estudo analisou dados de 6.880 agregados familiares através de um inquérito, entre 2014 e 2015.

Segundo o SCMP, os dados mostram que 41% das famílias categorizadas como pobres, mas que não têm acesso aos apoios sociais do Governo – 71 mil em Hong Kong -, não gastam o suficiente em comida de modo a satisfazer as necessidades nutricionais básicas, com menos de 15 dólares de Hong Kong por refeição, por pessoa.

De acordo com a análise do conselho, que recorre a um relatório da organização Oxfam, uma pessoa deve gastar por mês pelo menos 1.696 dólares de Hong Kong (cerca de 185 euros), ou pelo menos 15 dólares de Hong Kong por refeição, para satisfazer as suas necessidades nutricionais.

A conta é feita com base no pressuposto de que uma pessoa deve consumir pelo menos três taças de arroz, 226 gramas de vegetais, 198 gramas de carne, duas porções de laticínios e dois pedaços de fruta por dia.

O dinheiro gasto em alimentação é particularmente curto para as famílias que vivem em habitação privada. Segundo o estudo, isso acontece porque essas famílias gastam quase cinco vezes mais com a renda do que aqueles que vivem em habitação pública em Hong Kong.

Em 2014-2015, aqueles inelegíveis para habitação pública – ou que esperavam por uma – gastaram, em média, 7.608 dólares de Hong Kong (828 euros), ou quase metade do seu rendimento, com a renda. Já aqueles em habitação pública apenas tiveram de gastar, em média, 1.568 dólares de Hong Kong (170 euros), ou 13,2% dos seus rendimentos, com a renda. Por este motivo, os montantes que os dois grupos gastam em alimentação variam muito.