Karissa Lindstrand estava há cinco horas a colocar bandas de segurança nas patas dos crustáceos apanhados nesse dia pelo Honour Bound, barco de pesca de New Brunswick, no Canadá — como faz todos os dias desde há quatro anos –, quando algo estranho lhe chamou a atenção.
Aquela lagosta cumpria os critérios legais de dimensão, mas havia algo de errado com uma das patas. Parecia mesmo que o crustáceo tinha a imagem de uma lata de Pepsi tatuada numa das patas — Karissa sabe do que fala: todos os dias bebe 12 latas do refrigerante, portanto está mais do que familiarizada com a sua imagem, explicou à canadiana CBC News.
“Não posso dizer como é que aquilo lá foi parar. Parecia mais uma tatuagem ou um desenho na lagosta do que qualquer coisa que tivesse crescido nela”, explicou.
"It seemed more like a tattoo or a drawing on the lobster rather than something growing into it." https://t.co/3MCNQ42xIo
— LophiusPat (@LophiusPat) November 29, 2017
“Já tinha visto patas deformadas, mas nunca tinha visto nada como isto”, acrescentaria dias depois ao jornal Global News, também do Canadá.
Mostrou o crustáceo a alguns amigos: uns teorizaram sobre como a pata da lagosta poderia ter crescido em torno de uma lata de Pepsi atirada ao mar; outros sugeriram que parte de uma caixa de cartão com o logótipo do refrigerante poderia ter-se colado ao crustáceo. A seguir postou a imagem no Facebook — e o resultado da pescaria tornou-se viral.
A norte-americana Time reproduziu a opinião de um especialista canadiano, Matthew Abbott, coordenador do programa marítimo do Conselho de Conservação de New Brunswick: “Nunca tinha visto nada assim, uma impressão tão nítida de uma lata num animal marinho. No local onde a lagosta foi apanhada havia lixo infiltrado até nas águas profundas”.
“Se as lagostas que tiramos da água vêm assim, parece-me que é a prova de que há muito lixo no oceano”, concordou Karissa Lindstrand. Na altura, depois de se espantar e de fotografar, colocou o crustáceo numa caixa, juntamente com o resto da pescaria, e deixou-o seguir, rumo aos Estados Unidos. Hoje diz que se arrepende de não ter ficado com ele. Pelo menos assim, o fenómeno poderia ser estudado.