Carles Puigdemont vai recusar delegar o seu voto na sessão de constituição do parlamento catalão que decorre esta quarta-feira na sessão inaugural. A opção estava em aberto e já tinha feito Mariano Rajoy avisar que, se tal acontecesse, o Governo espanhol recorreria para o Tribunal Constitucional. A questão do voto delegado foi levantada devido à permanência em Bruxelas do presidente destituído do governo da Catalunha, depois de ter fugido à justiça espanhola e ao risco de detenção.

Não é o único eleito deputado que está nestas condições, com Puigdemont, em Bruxelas, estão também Clara Ponsatí, Toni Comín, Lluís Puig y Meritxell Serret. Isto além de três independentistas que estão detidos preventivamente em Madrid, Oriol Junqueras, Jordi Sànchez e Joaquim Forn. E se os três últimos foram autorizados pelo Supremo a delegar o seu voto, o mesmo não aconteceu com os deputados eleitos que estão fora do país. Uma situação que levantou a possibilidade de também delegarem o seu voto, mas a solução está longe de ser pacífica e Puigdemont fez saber que não vai recorrer a ela.

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O antigo porta-voz do Governo e agora deputado Jordi Turull fez saber na RAC1 que os independentistas não vão forçar o voto delegado de Puigdemont, mas que a intenção do cabeça de lista do Juntos pela Catalunha é estar presente na cerimónia de investidura, no fim do mês de janeiro, e que a vontade dos independentistas é “investi-lo”.

Esta terça-feira, o partidos independentistas catalães Juntos Pela Catalunha e Esquerda Republicana (ERC) firmaram um acordo sobre os nomes que vão propor para líder do Governo catalão e para presidente do Parlamento, respetivamente Carlos Puigdemont e o autarca de Sarrià de Ter, Roger Torrent (da ERC). Um acordo confirmado e que ficou fechado na terça-feira da passada semana, durante um jantar em Bruxelas, entre Carles Puigdemont e Marta Rivera, secretária-geral da ERC.

Partidos independentistas acordam propor Puigdemont para chefe de Governo

Torrent está, assim, para ser confirmado presidente do Parlamento catalão esta manhã, na sessão marcada para as 11h. Nos próximos dez dias, o presidente do Parlamento terá de consultar os grupos parlamentares para chegar a uma proposta de nome para liderar o governo catalão, cuja investidura está prevista para 31 de janeiro. Os dois partidos independentistas devem apresentar o nome de Puigdemont para o cargo, mas os dois juntos não chegam para a maioria absoluta necessária para a investidura, estando apostados no apoio do partido radical CUP. Se não for conseguida a maioria na primeira sessão, a segunda volta ser a 2 de fevereiro, mas aí o candidato precisará apenas de uma maioria simples.