Em vez de exigir mudanças na empresa privada SIRESP SA, na sequência dos trágicos incêndios de junho e outubro, o Governo anunciou, em outubro passado, que ia assumir o controlo maioritário do capital daquela empresa privada que gere a rede de comunicações de emergência. Mas, até agora, segundo avança o jornal Público, nada foi feito.

Passaram mais de quatro meses e o processo está parado, sendo que o processo pode arrastar-se até depois do verão — deixando passar, portanto, mais uma época de fogos. De acordo com aquele jornal, o Governo precisa de realizar duas operações financeiras para entrar no capital da empresa: converter os créditos que tem na Galilei (que detém 33% da empresa SIRESP SA), e adquirir as posições da Datacomp e Esegur, que detêm 9 e 12% do capital.

Até agora, contudo, ainda não houve propostas para nenhuma das operações. Já foram feitos “contactos”, mas não houve “nenhuma proposta nesse sentido”, disse o gestor de insolvência da Glilei, empresa da Sociedade Lusa de Negócios, dona do BPN.

O Ministério das Finanças, por sua vez, garante que “o Governo está a promover ativamente todas as diligências necessárias para a assunção, pelo Estado, de uma posição na estrutura accionista da SIRESP”. Mas o processo de aquisição do capital é complexo, tendo de ser negociado com a Parvalorem, empresa que gere os ativos do ex-BPN e que detém mais de 80% dos créditos da SIRESP, havendo outros quatro bancos evolvidos, da Caixa ao Milennium passando pelo Haitong.

Segundo o Público, o processo muito dificilmente ficará completo até ao verão, ou mesmo até ao final do ano.

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