Foram detetados 25 casos de sarampo, no surto da doença registado na região norte, segundo a última atualização feita pela Direção-Geral de Saúde. Os casos confirmados são todos de adultos, dos quais 22 são profissionais de saúde e 16 são mulheres. Cinco destes doentes (20%) não estavam vacinados. A DGS sublinha que outros quatro casos tinham um “esquema vacinal incompleto”.

Dos 25 doentes, dois encontram-se internados — um terceiro caso internado aguarda confirmação laboratorial. De acordo com a DGS, apenas se desconhece o esquema vacinal de um dos casos.

Desde 9 de março deste ano, foram notificados 72 casos. Ontem, dia 15 de março, a DGS anunciou que tinham sido reportados 51 casos suspeitos e confirmados 21. Na quarta-feira, os casos notificados eram apenas 34.

Foi também na quarta-feira que a Direção-Geral da Saúde declarou oficialmente “a existência de um surto” de sarampo em Portugal, depois de Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, ter confirmado sete casos na região norte do país numa entrevista à SIC Notícias.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Triplicou para 21 o número casos de sarampo no norte de Portugal, confirma a Direção-Geral de Saúde

De acordo com a DGS, “está em curso a investigação epidemiológica detalhada da situação, que inclui a investigação laboratorial de todos os casos”.

A DGS recorda que “o vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra” e que “os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes a quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea”.

“Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal”, refere a DGS.

No comunicado divulgado esta sexta-feira, a DGS recomenda que as pessoas verifiquem os boletins de vacinas e que, caso seja necessário, se vacinem contra o sarampo, recordando tratar-se de “uma das doenças infecciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas”.

No caso de pessoas vacinadas, “a doença pode, eventualmente, surgir, mas com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso”.

A DGS aconselha ainda a “quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas” que ligue para a Linha Saúde 24: número 808 24 24 24. Deve também ligar para aquela linha quem tiver “sintomas sugestivos de sarampo (febre, erupção cutânea, conjuntivite, congestão nasal, tosse)”. Com esses sintomas, a DGS recomenda que “não se desloque e evite o contacto com outros”.

Menos de dois anos depois de Portugal ser reconhecido oficialmente como estando livre de sarampo, o país depara-se com o terceiro surto da doença no espaço de um ano.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Entre 2006 e 2014, Portugal tinha registado apenas 19 casos de sarampo, quase todos importados. Este ano e no ano passado já ultrapassou os casos registados em quase uma década.

Portugal teve dois surtos simultâneos em 2017, que infetaram quase 30 pessoas e levaram à morte de uma jovem de 17 anos. Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.