Nem sempre é possível colocar à prova os novos modelos à porta de casa, num ambiente controlado e seguro. Por vezes, é necessário ir mais longe – neste caso, literalmente – em busca de condições que nos permitam avaliar a capacidade do modelo para lidar com situações extremas. A Mazda escolheu enfrentar, com o novo CX-5, o lago Baikal, no coração da Sibéria, a poucos quilómetros da Mongólia, um local onde é raro ser permitido conduzir e cujo gelo engole em média seis carros por ano. Bem como os respectivos ocupantes.

O novo CX-5, o maior dos SUV da marca japonesa, está à venda em Portugal desde Setembro, com a versão de tracção à frente a liderar as vendas de forma esmagadora, essencialmente porque já assegura uma versatilidade interessante quando na ementa figuram incursões por estradas em que o asfalto é uma miragem. Mas a Mazda está apostada em lembrar que não só possui uma versão do CX-5 com quatro rodas motrizes, o AWD, como essa é capaz de acompanhar o dono até ao fim do mundo. E, para o provar, desafiou-nos a ligar Ulan-Ude a Irkutsk, através do lago Baikal.

Novo CX-5. Pouco muda, mas muda para melhor

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O CX-5 que vai ser colocado à nossa disposição está equipado com o Intelligent All-Wheel Drive da marca, que coloca a potência onde é necessária para assegurar a desejada tracção. E que pode ver aqui, num vídeo ilustrado pelo CX-3:

Um cenário arrepiante (de lindo)

Baikal é um lago como nenhum outro. Primeiro pela sua dimensão, pois possui 643 quilómetros de comprimento, o que se juntarmos os quase 1,7 km de profundidade, percebemos porque é este o maior lago do mundo, contendo mais de 20% das reservas de água doce não congelada do planeta. Mas esta massa de água tem outras características que a tornam diferentes das restantes. Desde logo, a sua idade, com Baikal a existir há mais de 25 milhões de anos, o que faz dele o mais antigo lago do mundo.

Se é apaixonante, Baikal é igualmente perigoso quando gelado. As suas características levam a que o seu gelo seja transparente, o que permite ver a água como se o gelo fosse um vidro grosso. Muito grosso, pois a espessura oscila entre 0,5 e 1,5 metros! Mas o que o torna mais ‘delicado’ são as enormes fissuras a separar os blocos de gelo. Estas, se por um lado asseguram a oxigenação da água, abrem também a possibilidade de os veículos ficarem presos nelas e, no limite, se o gelo ceder, dar um mergulho numas águas garantidamente frias.

Além das fissuras, há outros cuidados a ter em conta para atravessar com sucesso o gelo que separa as margens, que nas zonas mais estreitas, como a que iremos usar, ronda 70 km. Com destaque para os orifícios que as focas que habitam em Baikal fazem na superfície, para respirar entre as suas pescarias – buracos esses que podem engolir um carro.

Pode conhecer estes (e outros) segredos do lago Baikal, que iremos tentar atravessar amanhã, neste vídeo: