“Desrespeitosa e vergonhosa”, é assim que Desidério Silva, presidente da Região e Turismo de Algarve (RTA), classifica a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de permitir o avanço de um furo de prospeção petrolífera pelo o consórcio Eni-Galp ao largo de Aljezur.

Em comunicado enviado às redações, o presidente da RTA, afirmou: “O Algarve, que é um território tão natural, com uma população tão acolhedora que recebe todos os meses milhares de turistas, não merece ser desconsiderado. Rejeitar uma avaliação de potenciais riscos de perfuração é negar a importância que a população tem para um País”. Desidério Silva continua e diz que “é uma afronta o Governo compactuar e negar a existência de impactos negativos não só para o ambiente, mas também para os habitantes do território Algarvio.”

Consórcio Eni-Galp prepara furo depois da luz verde ambiental

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A decisão da APA foi anunciada esta quarta-feira. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Santos Silva, anunciou que até ao final da atual legislatura não vão existir novas licenças de prospeção de petróleo. Contudo, afirmou que a decisão não tem efeitos retroativos de licenças atribuídas por outros governos, como é o caso da licença ao consórcio consórcio Eni-Galp.

Esta quinta-feira, segundo noticiou a Lusa, mais de cem manifestantes juntaram-se ao presidente da câmara municipal de Aljezur, José Gonçalves, que pediu a demissão do presidente da APA, José Gonçalves. Ao mesmo meio, o autarca afirmou que a decisão da APA “pode abrir um precedente muito perigoso na isenção de estudos de impacto ambiental”.

A APA justificou a decisão por não terem sido “identificados impactos negativos significativos” na realização do furo.