A Grécia vive esta quarta-feira a primeira greve geral do ano, com os sindicatos a protestarem contra as políticas de austeridade, redução das pensões e aumento da carga fiscal imposta há oito anos pelo programa de resgate da economia grega. A greve, que vigora entre as 00h00 e as 09h00 locais (mais duas horas do que em Portugal) e que será retomada a partir das 21h00 locais (18h00 em Portugal), está a afetar sobretudo os serviços públicos, com a paralisação absoluta do tráfico ferroviário e do serviço de transporte marítimo inter-ilhas, embora parcial nos transportes urbanos.

Os serviços de metropolitano, porém, estão a funcionar com total normalidade, embora devam parar várias horas na quinta-feira, juntando-se à paralisação geral de 24 horas marcada para esse dia. Os hospitais e centros de saúde estão a funcionar apenas com serviços mínimos, enquanto as unidades de saúde privadas estão a funcionar normalmente.

Esta quarta-feira, a paralisação de três horas dos controladores aéreos obrigou ao cancelamento de pelo menos seis voos, quatro deles internacionais, e a modificar os horários de outros 52, 13 deles para fora da Grécia. À paralisação juntaram-se também vários órgãos de comunicação social e professores do ensino secundário, apesar de estar em curso o período de exames escolares.

A greve geral desta quarta-feira é a primeira do ano e a oitava em mais de três anos de Governo do esquerdista Alexis Tsipras e ocorre três meses antes de terminar o terceiro programa de resgate grego.

“As políticas de austeridade que estão a ser aplicadas há oito anos por todos os Governos desde estão, em cooperação com os credores do país, obrigaram à perda de 25% do PIB [Produto Interno Bruto] e uma subida do custo de vida em 30%, a desregulação das relações laborais e a deterioração dos direitos dos trabalhadores”, consideram os principais sindicatos do país que convocaram a paralisação.

Todas estas políticas de austeridade não acabarão com o fim do terceiro programa de resgate, apesar de o Governo garantir o contrário, garantiram os sindicatos gregos. Segundo a convocatória da greve, os sindicatos argumentam que, mesmo que haja uma saída com sucesso do resgate, a Grécia irá continuar sob uma “supervisão reforçada” dos credores.

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