Dois dos cinco coronéis exonerados temporariamente pelo chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) na sequência do assalto a Tancos, no ano passado, foram escolhidos para iniciar o próximo curso de promoção a oficial general no final deste ano. De acordo com a notícia avançada pelo Público, a lista foi autorizada pelo Conselho de Chefes.

Paulo de Almeida, que lidera o Regimento de Engenharia n.º1 (em Tancos) e Ferreira Duarte, que está responsável pelo Regimento de Infantaria 15 (em Tomar), são os dois militares escolhidos. O despacho que propõe os seus nomes para o curso já foi assinado pelo general Rovisco Duarte.

Os dois oficiais, juntamente com mais três, tinham sido exonerados temporariamente, em julho do ano passado, na sequência da investigação ao assalto em Tancos. Recorde-se que os cinco oficiais eram os responsáveis pelas unidades que forneciam efetivos para as rondas aos paióis de Tancos que foram assaltados. Na altura, a decisão, ainda que temporária, causou revolta entre os militares e levou mesmo aos pedidos de demissão dos generais José Calçada, comandante do Pessoal, e Faria Menezes, comandante operacional das Forças Terrestres.

A decisão para exonerar os militares foi justificada então por Rovisco Duarte pela necessidade de não colocar entraves às investigações até tudo estar esclarecido. Os oficiais exonerados voltariam às mesmas funções 15 dias depois e sem que oficialmente tivesse ficado registado uma suspensão no currículo, figura que nem sequer existe no estatuto militar. Conforme explica o Público, os critérios para a escolha dos oficiais que devem ir a generais são complexos: dependem de fatores como a avaliação de cada um, a arma ou o serviço de origem. A conclusão deste curso é essencial para a promoção a general, o que só sucede através de despacho do ministro da Defesa e das Finanças.

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