O Governo Regional da Madeira acusa o executivo de António Costa de não libertar os 30,5 milhões de euros prometidos para a recuperação das áreas ardidas nos incêndios de 2016, que devastaram uma boa parte da Madeira, avança a Renascença.

O executivo madeirense sustenta a acusação numa missiva assinada pelo ministro do Ambiente, onde foi assegurado um reforço de mais de 30 milhões do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR). No documento, que data de novembro de 2016, João Matos Fernandes garante que há necessidade de intervenção “em diversos domínios para a redução de riscos, como limpeza e consolidação de escarpas/taludes” e ainda a reposição de equipamentos de combate às chamas.

Quase dois anos depois da tragédia, a promessa não foi cumprida. O vice-presidente do Governo Regional lamenta a situação, até porque neste momento está a ser debatida a reprogramação de fundos comunitários, razão pela qual “a Madeira teve de votar contra porque não foi contemplada qualquer verba”. De acordo com Pedro Bettencourt Calado, a situação torna-se ainda mais grave numa altura em que já foram iniciados vários projetos e, sem dinheiro, “vão ter de ficar parados”.

A reclamação do governo seguiu em carta, enviada em maio deste ano, onde são descritos todos os investimentos iniciados mas que estão em risco de suspensão por falta de verbas, como é o caso da criação de um sistema de alerta de aluviões, a estabilização de taludes e o quartel de sapadores.

Na carta foi pedida “atenção especial” e a “reposição imediata” dos mais de 30 milhões prometidos, mas o vice-presidente diz que recebeu, como resposta, a “indisponibilidade de verbas, sem mais justificação”. Pedro Bettencourt Calado acredita que o minstro vai encontrar soluções para a Madeira, mas espera que, com o período eleitoral que se avizinha, “a Madeira não seja tratada de forma diferente só por ter uma outra cor partidária”.

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