Primeiro foi Sally Yoo, diretora de assuntos jurídicos e Dave Clark, responsável dos assuntos externos. Depois Jeff Holden, chefe de produto e Bozoma Saint John, diretora de marca. Esta quarta-feira foi confirmada mais uma demissão na Uber: Liane Hornsey, chefe de recursos humanos, decidiu abandonar o cargo na empresa, 18 meses depois de o ter ocupado pela primeira vez.

Em causa , avançou a agência Reuters, estão denúncias anónimas contra Hornsey, segundo as quais a antiga diretora de assuntos da empresa terá ignorado de forma sistemática queixas internas sobre discriminação racial na Uber. A polémica toma outras dimensões quando Hornsey era também uma das porta-vozes da promoção da igualdade na empresa. A demissão foi anunciada à equipa através de um email, onde Liane Hornsey não abordou qualquer questão relacionada com a polémica em que está envolvida. “A minha saída pode parecer inesperada, mas é algo que tenho vindo a pensar já há algum tempo”, explicou no email.

As acusações foram feitas por um grupo anónimo que alegou ser “funcionário de cor da Uber” e disse que Hornsey utilizava linguagem discriminatória e tecia comentários depreciativos sobre Bernard Coleman, diretor global de diversidade e inclusão da Uber. O grupo acusou também a antiga chefe de recursos humanos de ter estado por detrás da demissão de Bozoma Saint John, alegando que esta terá ameaçado a ex-executiva da empresa.

Esta demissão e as acusações envolvidas começam a levantar questões sobre o esforço do atual diretor executivo da empresa, Dara Khosrowshahi, para mudar imagem da empresa, depois deste ter substituído o próprio fundador da Uber, Travis Kalanick, devido a um conjunto de escândalos em que esteve envolvido.

Em resposta ao email enviado por Liane Hornsey, acedido pela Reuters, Khosrowshahi reforçou que a ex-chefe de recursos humanos era “incrivelmente talentosa, criativa e trabalhadora”, não revelando também quais as razões concretas da sua saída.

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