Um relatório que contou com contributos do Ministério da Administração Interna e do Ministério da Defesa, e que foi encomendado depois dos incêndios do ano passado, prevê que o dispositivo ideal para o combate a incêndios em Portugal deve passar pela existência de 33 meios aéreos próprios e permanentes, refere o Diário de Notícias. Desse dispositivo constam quatro aviões Canadair e seis drones.

No cenário traçado por elementos técnicos dos dois ministérios, entregue à tutela política a 9 de março, o dispositivo final de 33 meios aéreos ficaria concluído em 2022 e prevê ainda a existência de quatro helicópteros ultraligeiros e nove helicópteros ligeiros, além da compra de aviões anfíbios de pequena dimensão (vulgarmente conhecidos como Fire Boss).

No próximo ano, 11 dessas aeronaves já estariam disponíveis — entre sete helicópteros ligeiros e quatro Fire Boss –, de acordo com o “cronograma de implementação” do relatório a que o Diário de Notícias teve acesso. Em 2020, haveria já 24 meios aéreos disponíveis, até ao total de 33 aviões, helicópteros e drones, em 2022.

A avaliação repartida entre Defesa e Administração Interna resulta da decisão do Governo de passar para a esfera da Força Aérea a gestão dos meios aéreos usados no combate aos fogos, no ano passado. E transparece uma mudança de paradigma face à situação atual, em que a resposta aos incêndios decorre, de forma substancial, do recurso a contratação externa de meios aéreos.

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Dispositivo de combate a incêndios deve ser flexível e sempre capaz de combate inicial ao fogo

A solução encontrada pelo MAI para responder à contratação de meios aéreos para este ano, recorrendo a ajustes diretos que permitissem chegar aos 55 meios previstos no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, tem custos elevados. Custos que já levaram o PS a acusar as empresas do setor de “cartelização”, apresentando preços acertados entre si e acima do custo real das operações.

Fogos. PS acusa de empresas de meios aéreos de “cartelização”

Um dispositivo próprio e permanente permitia, de acordo com os defensores deste modelo, reduzir custos para o Estado, que ficava assim livre de recorrer ao mercado para assegurar a maior parte dos meios aéreos de combate a incêndios.