O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira que as taxas de juro vão permanecer inalteradas e reiterou que pretende acabar com a compra de dívida no final do ano. Após uma reunião do Conselho do BCE que não terá sido mais do que “marcar calendário”, antes das férias de verão, o banco central manteve inalterada a estratégia de desmame dos estímulos monetários, garantindo que as taxas de juro vão permanecer nos níveis atuais “pelo menos até ao verão de 2019“.

“Na reunião de hoje, o Conselho do BCE decidiu que a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0%, 0,25% e -0,40%, respetivamente”, referiu o banco central em comunicado.

Sobre o programa de compra de ativos, o BCE continuará ao “ritmo mensal de 30 mil milhões de euros até ao final de setembro de 2018” e prevê reduzir as aquisições para metade (15 mil milhões de euros) a partir dessa altura e até ao fim de dezembro, quando está previsto que cessem as aquisições líquidas. Isto é, o BCE vai continuar ativo no mercado através do reinvestimento de toda a dívida que for sendo reembolsada — mas Draghi não revelou até quando é que esse reinvestimento vai continuar ou quaisquer outros detalhes sobre esses planos.

Na conferência de imprensa liderada por Mario Draghi, que terminou 20 minutos mais cedo do que as 14h30 habituais, o presidente do BCE comentou que apesar de um contexto de incerteza relacionada com os riscos de protecionismo, a “economia da zona euro está a prosseguir um caminho de crescimento sólido e generalizado”. Ainda assim, as taxas de juro vão continuar “nos níveis atuais pelo menos até ao verão de 2019, e enquanto forem necessárias para assegurar a convergência sustentada e contínua dos níveis de inflação” para os níveis que são o objetivo do BCE: “menos, mas perto, de 2% no médio prazo”.

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