A Terra passou entre o Sol e a Lua e a sombra do nosso planeta ocultou totalmente o satélite natural terrestre durante uma hora, 42 minutos e 57 segundos: algo que não voltará a acontecer até pelo menos 2123. Mas tudo se tornou mais especial com a passagem da Lua na região mais escura da sombra da Terra. Nesta altura, a Lua voltou a aparecer mas, desta vez, em tons avermelhados.

Mas a Lua não foi a única protagonista no céu desta noite. Marte, que está especialmente mais brilhante nos meses de verão de 2018, esteve mais nítido e não vai voltar a estar assim até, pelo menos, 2035.

O maior eclipse lunar do século XXI traz outro fenómeno que não se via há 15 anos

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Em Portugal, o eclipse e os tons avermelhados da Lua foram pouco visíveis: a neblina não deixou observar da melhor maneira o eclipse do século. Ainda assim, dezenas de pessoas juntaram-se no Observatório do Lago Alqueva, junto a Monsaraz, no terraço do Teatro Romano, em Lisboa, em Sines e em Coimbra. Na capital, foi mesmo possível observar o fenómeno em conjunto com investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.

Na Alemanha, as imagens são impressionantes e também o céu ganhou o mesmo tom vermelho. No Paquistão, no Egito, em Gaza ou no Quénia, as condições meteorológicas facilitaram a observação do eclipse do século.

Mas porque é que Lua não desapareceu e ficou vermelha? Por dois motivos. O primeiro é a refração da luz pela atmosfera. Ou seja: a luz é refletida pelas camadas que compõem a atmosfera e prolonga-se pelo espaço. Esta noite, a Lua também estava na direção da luz projetada, o que fez com que também ela ficasse vermelha.

O segundo motivo chama-se Dispersão de Rayleigh, ou, por palavras mais simples, a dispersão de qualquer radiação eletromagnética (como, por exemplo, a luz) por partículas mais pequenas do que o comprimento de onda dessa radiação.

Lua vermelha. O que faz o eclipse desta noite ser o maior do século? E tão especial que só se repete daqui a 105 anos?

Em Portugal, a Lua deixou de estar avermelhada por volta das 23h20 mas o fenómeno só terminou já perto das 00h30. O eclipse lunar foi totalmente visível na África Oriental e na Ásia Central, na América do Sul, na África Ocidental, na Europa, na Ásia Oriental e na Austrália. América do Norte e Central foram as únicas regiões que passaram à margem do eclipse do século.

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