As mulheres da política francesa têm liderado a onda de reações, apoio e revolta face ao caso de Marie Laguerre, a jovem de 22 anos que foi assediada e depois agredida por um homem nas ruas de Paris, em França. A francesa partilhou as imagens das câmaras de vigilância no Twitter, onde é possível ver que mandou o homem em questão calar-se depois deste a tentar assediar e que este tentou atingi-la com um cinzeiro. Em seguida, dirigiu-se a ela e agrediu-a com um estalo que a fez cair.
Anne Hidalgo, a presidente da Câmara de Paris, foi a primeira a reagir ao caso. No Twitter, Hidalgo revelou “solidariedade total” para com Marie Laguerre, agradeceu a coragem da estudante de arquitetura e ainda acrescentou: “Stop ao assédio!”.
Solidarité totale! Merci Marie Laguerre pour votre courage! Stop au harcèlement! https://t.co/7Tkd74mEUB
— Anne Hidalgo (@Anne_Hidalgo) July 30, 2018
Marlène Schiappa, a ministra da Igualdade francesa, também comentou o episódio nas redes sociais: “Não é aceitável que em França, em 2018, as mulheres sejam agredidas na rua porque recusam ser insultadas enquanto caminham. É um caso fundamental de liberdade”, escreveu a ministra. Schiappa – que até foi mencionada por Laguerre no tweet original que denunciou o caso e foi a principal responsável pela aprovação da lei que prevê multas para os culpados de assédio sexual na rua e nos transportes públicos – condecorou a jovem francesa e destacou a sua coragem.
« Il n’est pas tolérable qu’en France, en 2018, des femmes soient frappées dans la rue parce qu’elles refusent d’être insultées quand elles marchent. C’est un enjeu fondamental de liberté. C’est pourquoi combattre le harcèlement de rue est une priorité. » #BFMTV pic.twitter.com/DVcUCyJ3k1
— ???????? MarleneSchiappa (@MarleneSchiappa) July 30, 2018
Outra das políticas a reagir ao caso foi Alexandra Cordebard, mayor do 10.º arrondissement de Paris. “Todo o meu apoio a Marie Laguerre… infelizmente, aquilo por que ela passou é demasiado comum, é revoltante”, defendeu Cordebard. Também Alain Auzet, mayor da região de Réau, no sul da capital francesa, afirmou que “é tempo dos homens, principalmente os que foram eleitos, condenarem com a maior firmeza os comportamentos intoleráveis de alguns”.
Sob a hashtag #BalanceTonPorc, uma espécie de #MeToo francês, milhares de mulheres que vivem em Paris têm partilhado nas redes sociais histórias semelhantes à de Marie Laguerre. Uma delas foi Laura Hulley, funcionária da embaixada do Reino Unido na capital francesa, que contou que foi assediada na rua no passado mês de junho. A cidadã britânica acrescentou ainda que Catherine Bennett, sua amiga e jornalista, “levou um soco quando fez frente ao agressor”.
@SharonMacLean72 The last time I was assaulted in the street in Paris was last month.
My very good friend @cfbennett2 was literally punched when she stood up to her aggressor.
Every. Day. Every. Where. Women. Are. Attacked.#MeToo #BalanceTonPorc
— Laura Hulley (@laurakhulley) July 30, 2018
“Não é a primeira vez nem vai ser a última que isto acontece a uma mulher na rua (a meio do dia, ainda por cima). E os homens ainda me perguntam porque é que digo que tenho medo deles”, escreveu Catherine Bennett.
https://observador.pt/videos/atualidade/marie-queixou-se-de-assedio-e-levou-um-violento-estalo/