Será inofensivo comer um alimento que caiu ao chão desde que este seja apanhado em menos de cinco segundos? E os ovos que flutuam na água estarão mesmo estragados? Estes são apenas dois dos mais populares mitos alimentares, partilhados ao longo de décadas e décadas. Mas, quais serão os principais mitos dos portugueses quando se trata de alimentação? E terão algum rigor científico ou não passarão de histórias que passam apenas de geração em geração?

É exatamente para responder a esta questão que a Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto lança – no âmbito do projeto SafeconsumE, que tem como objetivo aumentar a segurança alimentar na Europa – este estudo europeu. A equipa de investigação pretende recolher o máximo de regras, conselhos, práticas e hábitos relativos ao manuseamento e conservação dos alimentos para, após uma rigorosa análise, perceber se estes estão, ou não, baseados em pressupostos cientificamente errados.

No projeto, já em curso, os investigadores já puderam reunir alguns casos. Paula Teixeira, do grupo de investigação em Microbiologia e Segurança Alimentar da escola da Católica, confirma: “Encontrámos coisas de que não estávamos à espera”, contou ao DN. Uma delas, por exemplo, é a ideia de que quem cozinha tem sempre as mãos lavadas, porque lida permanentemente com água. “Nunca tinha ouvido, mas as pessoas acreditam nisso, e não é verdade”, comentou.

“Mitos” como este poderão ser submetido no inquérito online . A Escola Superior de Biotecnologia aguarda o maior número possível de submissões, informação que será relevante para a clarificação de questões relacionadas com a segurança alimentar. Para algumas destas ideias “nem são necessários testes científicos”, mas para outros sim, é preciso validar (ou não), confirmou a investigadora.

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