Percebe-se a opção da Volkswagen. A gama eléctrica I.D. é, para a marca alemã, uma aposta extremamente importante, mesmo numa fase inicial em que vai coabitar com a gama tradicional a gasolina e diesel. Mas tal como os veículos com motor a combustão sempre necessitaram das versões mais desportivas (tipo Golf GTi e R) para se impor junto dos clientes, a marca germânica já percebeu que tem de adoptar a mesma estratégia com os eléctricos que está a desenvolver.

O modelo mais simples e acessível é o I.D. de cinco portas, de dimensões externas similares às do Golf, mas espaço interior ao nível do Passat, uma vez que a mecânica eléctrica é menos volumosa, o que permite desenhar uma frente mais curta, reforçando o habitáculo. Mas o Neo corre o risco de se tornar apetecível apenas para os que escolhem racionalmente, o que abrange somente uma fatia da população, deixando de fora os que compram com o coração. Para esses, a Volkswagen também já tem uma estratégia preparada.

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A confirmação de uma versão mais assanhada do I.D. surgiu pela boca de Jost Capito, o responsável pela Volkswagen Motorsport, a divisão de competição da marca, a mesma que concebeu e produziu o I.D. R Pikes Peak que bateu o recorde na rampa americana. “Se fizermos uma versão R de um automóvel eléctrico, ele vai ter de ser um verdadeiro R, ou então não faz sentido”, disse Capito, para depois admitir que a Volkswagen “tem uma ideia concreta para uma versão R com emissões zero, apesar de ainda não ter decidido quando a disponibilizará no mercado”.

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Jost Capito, um homem que sempre trabalhou rodeado de motores de combustão, diz-se surpreendido pela dinâmica dos motores eléctricos, e das baterias que os alimentam, ambos com novidades praticamente todos os meses que passam, e consequentes incrementos de potência e autonomia.

Para terminar, Capito deixou ainda “cair” a informação que a versão R tanto poderá sair da gama hatchback, ou seja o I.D. Neo, ou do I.D. Crozz, o crossover da família. Mas o mais provável é a versão mais desportiva ser disponibilizada em todas elas, seguindo a mesma política entretanto anunciada para os modelos com motores a gasolina, com a Volkswagen a prometer para breve o Arteon R, além dos SUV T-Roc R e Tiguan R.