O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, foi jantar com os membros do seu partido de extrema-direita Liga do Norte, na noite de terça-feira, horas após a queda da ponte em Génova, um comportamento que gerou indignação no país. Na festa, que decorreu na cidade siciliana de Messina e contou com a participação de 260 pessoas, Matteo Salvini e os restantes participantes comeram vários tipos de peixe e brindaram com vinho, como foi retratado em fotografias publicadas nas redes socais por elementos do seu partido.

Enquanto decorria o jantar, alguns milhares de bombeiros, polícias e equipas de emergência e cuidados de saúde esforçavam-se para remover os escombros da parte da ponte Morandi que desabou na autoestrada 10, em Génova, e que provocou a queda de dezenas de automóveis e camiões e fez 38 mortos e 15 feridos.

Nesse dia, Matteo Salvini encontrava-se na Sicília em viagem de trabalho e só se deslocou para Génova no dia seguinte à tarde, para participar com o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, e o ministro do Desenvolvimento Económico, Luigi Di Maio, numa reunião extraordinária.

Enquanto Giuseppe Conte se deslocou à tarde ao local do acidente e Luigi Di Maio e o ministro das Infraestruturas, Danilo Toninelli, foram ao local logo durante a manhã, Matteo Salvini só chegou a Génova na quarta-feira à tarde, porque de manhã esteve no município de San Luca, na Calábria, para condenar as ações da máfia. O comportamento de Salvini foi duramente criticado pelos membros da oposição e também pelos cidadãos nas redes sociais.

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Para o presidente do Partido Democrático, de centro-esquerda, Matteo Orfini, as “imagens de Salvini a celebrar em horas dramáticas para Génova são uma bofetada para a dor do país.” Já Michele Anzaldi, também do Partido Democrático, pediu a demissão do líder da Liga, acusando-o de “preferir divertir-se com os seus companheiros do partido” em vez de estar junto das pessoas afetadas pela tragédia do viaduto.

Nas redes sociais, os utilizadores criticam o ministro do Interior por não ter suspendido imediatamente o jantar e acusam-no de estar em “campanha eleitoral permanente”, refere a agência espanhola. Matteo Salvini, por sua vez, considerou que a polémica foi causada por “ataques da esquerda”.