A bancada socialista dividiu-se praticamente ao meio no momento da votação da proposta da própria bancada que defendia a baixa do IVA nas touradas, ainda assim a proposta socialista acabou aprovada com os votos favoráveis do PSD, CDS, PCP e 43 deputados do PS. Os outros 40 (dos 84 registados votaram 83) levantaram-se mal o presidente da Assembleia da República perguntou: “Quem vota contra”.

Eram tantos os socialista em pé na sala, a rejeitar a proposta da própria bancada, que Ferro Rodrigues até hesitou (antes de perceber o que se estava a votar naquela altura). “Quem vota contra a proposta do PS?”, questionou quase em jeito de alerta. Mas os 40 deputados em pé estavam mesmo a rejeitar a proposta, numa votação em que o líder da bancada Carlos César deu liberdade de voto. A divisão mostrou uma bancada bem longe de ter “uma maioria de deputados expressiva no sentido de incluir a tauromaquia” na redução do IVA , como disse Carlos César quando decidiu avançar com esta proposta que surpreendeu o próprio primeiro-ministro socialista.

Entre os deputados que votaram contra estava Ana Catarina Mendes, a secretária-geral adjunta do PS, Filipe Neto Brandão, Fernando Rocha Andrade, Pedro Delgado Alves, Porfírio Silva, Isabel Moreira, Antónia Almeida Santos, Manuel Caldeira Cabral, Constança Urbano de Sousa, Margarida Marques, Alexandre Quintanilha, Elza Pais, Vitalino Canas, Ivan Gonçalves ou José Magalhães.

A favor, entre os 43 deputados, estiveram os deputados socialistas Carlos César, João Paulo Correia Helena Roseta, Jamila Madeira, Hugo Costa, Luís Testa, Maria da Luz Rosinha, Sérgio Sousa Pinto, João Soares, Ascenso Simões, Renato Sampaio, Joaquim Raposo, Jorge Lacão, António Gameiro, Miranda Calha, ou Nuno Sá.

Foram 43 os deputados que votaram a favor

A estes somaram-se as bancadas do PSD, CDS e PCP que ontem já tinham aprovado, na comissão de orçamento e Finanças, as propostas que cada um tinha apresentado para aprovar a redução do IVA nas touradas, cinemas e espetáculos de música. A votação desta quarta-feira, no plenário, é um recurso que os partidos têm — através da avocação de propostas — para assumirem um aposição política sobre uma determinada matéria. Foi o caso desta proposta que já se sabia que ia provocar esta divisão.

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