O Governo espanhol aprovou hoje em Barcelona uma subida do salário mínimo para 900 euros e um aumento de 2,25% do salário dos funcionários públicos numa reunião em Barcelona rodeada por medidas de segurança excecionais.

Durante toda a manhã foram cortadas dezenas de estradas em toda a Catalunha por grupos radicais de separatistas e vários milhares de pessoas continuam concentradas em Barcelona para protestar contra a reunião do Conselho de Ministros espanhol que consideram ser uma “provocação”.

A polícia teve de intervir em várias ocasiões contra grupos de radicais dos CDR (Comités de Defesa da República) que tentaram furar o forte cordão policial instalado em redor da reunião que teve lugar no centro de Barcelona.

Quinze pessoas ficaram feridas, entre elas quatro da polícia regional, durante os distúrbios ocorridos até ao final da reunião do Conselho de Ministros, cerca das 13:00 locais (12:00 em Lisboa).

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Esta situação de tensão em Barcelona e um pouco por todo o território da Catalunha contrasta com o reinício das conversações entre o Governo central e o executivo regional independentista decidido na quinta-feira à noite numa reunião entre o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e o presidente do governo regional catalão, Quim Torra.

O movimento cívico independentista Ómnium Cultural realizou numa das manifestações que tiveram lugar esta manhã o que chamou um “Conselho Popular de Ministros” como forma de protesto “pacífico”.

A associação separatista ANC (Assembleia Nacional Catalã) também convocou os seus militantes para bloquear com os seus veículos as ruas de Barcelona e marcou uma grande manifestação para as 18:00 locais (17:00 em Lisboa).

O processo de independência da Catalunha foi interrompido em 27 de outubro de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir nessa Comunidade Autónoma na sequência da realização de um referendo de autodeterminação organizado pelo executivo regional independentista em 01 de outubro do mesmo ano, que foi considerado ilegal.

As eleições regionais, que se realizaram a 21 de dezembro de 2017, voltaram a ser ganhas pelos partidos separatistas que continuam a defender a criação de uma República independente.