António Marinho e Pinto, o advogado tornado eurodeputado, vai recandidatar-se ao Parlamento Europeu. O anúncio foi feito pelo próprio ao jornal Expresso, concedendo que “não queria” regressar a Estrasburgo, mas justificando a decisão com a “necessidade de prestar contas” a quem o elegeu. “Vou encabeçar a lista do PDR às eleições para o Parlamento Europeu”, assume.

Eleito pelo Movimento Partido da Terra (MPT) em 2014, Marinho e Pinto fundou entretanto o Partido Democrático Republicano (PDR), com quem irá agora candidatar-se ao Parlamento Europeu. Segundo o próprio, o partido teve um papel na sua decisão de voltar a concorrer ao cargo:

Cheguei a pensar muitas vezes [em não me candidatar às europeias] e a decisão só foi tomada depois de alguns debates e discussões internas no PDR”, assume o eurodeputado, único português com assento na bancada dos Liberais.

Sobre o balanço do seu mandato, Marinho e Pinto assume ao Expresso a frustração com o órgão a que pertence, deixando amplas críticas ao funcionamento de um parlamento que “reúne em plenário três dias e meio por mês” e aos altos salários pagos aos parlamentares: “Muitas pessoas matam-se nos partidos políticos para irem para lá, [mas] não é pelo que lá vão fazer, é pelo que lá vão ganhar”, diz.

Contudo, o advogado reconhece que recebe por inteiro o mesmo salário e diz que muitas das suas declarações sobre este tema têm sido “deturpadas”:  “O dinheiro que me dão não o deito fora, mas não é isso que está em causa”, afirma. “O que está em causa é que se pague tanto a deputados para fazerem aquilo que fazem e sobretudo para representarem politicamente os eleitores.”

A frustração com a comunicação social é outro dos pontos que destaca desde que foi eleito, assumindo que tem tido dificuldade em passar a sua mensagem para os portugueses. “Os setores mais atentos da população portuguesa são por vezes levados a fazer julgamentos sumários, sem ter na sua posse todos os elementos que se deve ter”, acusa o eurodeputado do PDR.

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