A Apple vai investigar a aplicação criada pelo governo da Arábia Saudita e que permite aos homens controlarem as mulheres da família digitalmente, avançou o presidente da empresa, Tim Cook, à NPR. “Ainda não tinha ouvido falar disto [da Absher] mas obviamente vamos olhar para o caso”, garantiu. A Google ainda não comentou.

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A Absher é uma aplicação que traz as leis discriminatórias do país para o mundo virtual. Uma investigação do Insider chamou a atenção para o serviço, que estava disponível para dispositivos iOS e Android há vários anos. Através da Absher, os homens podem controlar as viagens das mulheres da família, receber alertas quando tentam usar o passaporte próprio e restringir as autorizações das esposas (limitando os aeroportos para que podem viajar, por exemplo).

Cada líder de família tem a capacidade de se registar como “guardião” e controlar várias mulheres como “dependentes”. Segundo o governo saudita, a Absher é utilizada por 11 milhões de pessoas — um terço da população do país.

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A Amnistia Internacional considerou a aplicação uma reflexo das “práticas sistemáticas de descriminação” da Arábia Saudita, num comentário publicado pelo Washington Post. O Observatorio dos Direitos Humanos pediu diretamente à Apple e à Google que removessem o programa das suas lojas de aplicações.

Dia histórico na Arábia Saudita: mulheres conduzem pela primeira vez

As leis da Arábia Saudita restringem fortemente os direitos das mulheres, impedindo-as, por exemplo, de casar sem autorização do pai, sair do país sem um acompanhante ou aceitar um emprego sem a aprovação explícita do guardião da família. Só em 2018 as mulheres tiveram permissão para conduzir.