O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, defendeu este sábado, durante uma manifestação nacional pelos direitos das mulheres, que esta é uma luta que se estende também aos homens porque nenhum “será verdadeiramente livre” quanto existirem mulheres discriminadas.

Uma delegação da intersindical CGTP esteve este sábado na baixa de Lisboa a saudar aqueles que participaram na manifestação nacional de mulheres, organizada pelo Movimento Democrático de Mulheres.

Foram vários milhares de pessoas que se juntaram na Praça dos Restauradores, e marcharam pelas ruas da baixa de Lisboa.

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Pelo caminho, Arménio Carlos saudava estas mulheres e homens e batia-lhes palmas, cumprimentando aqueles que o reconheciam.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral destacou que “há muito direitos consagrados na lei que depois não são efetivados no terreno, nomeadamente na área laboral”.

“Continuamos a ter as mulheres a serem discriminadas salarialmente, a continuarem a ser a maioria das trabalhadoras que ganham o salário mínimo nacional”, referiu, apontando que as mulheres “continuam a ser confrontadas com a precariedade, mas não só, também com o condicionamento, o impedimento da efetivação de direitos de maternidade e paternidade, inclusive de amamentação”, acrescentou o líder da CGTP.

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Arménio Carlos defendeu que “esta luta tem de continuar porque esta não é já só uma luta das mulheres, é uma luta de todos os homens e mulheres”, justificando que “o que está aqui em causa são direitos fundamentais para a evolução da sociedade”.

“E nenhum homem será verdadeiramente livre enquanto continuarmos a ter mulheres discriminadas”, vincou.

Questionado sobre o papel da CGTP nesta luta, o líder sindical assinalou que “enquanto esta situação se mantiver, a CGTP e os seus sindicatos tudo farão, por mais dificuldades que tenham pela frente, para concretizar aquilo que está na lei da contratação coletiva”.

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“Ou seja, as pessoas, os trabalhadores e trabalhadoras têm deveres, cumprem com os meus deveres, [pelo que] têm razões acrescidas para exigirem o respeito pelos seus direitos”, frisou, acrescentando que “nenhum local de trabalho pode ser um local fechado ao exercício dos direitos individuais e coletivos, particularmente, neste caso em concreto, aos direitos das mulheres”.

Em causa está o acesso das mulheres “ao direito de amamentar os seus filhos, ao direito de pedir a flexibilidade do horário de trabalho para acompanhar os seus filhos, ao direito de exercer os seus direitos”, indicou.

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