O papa Francisco chegou hoje a Rabat para iniciar uma visita de dois dias, quase 33 anos depois da visita que realizou João Paulo II, em 1985, ao país africano.

Francisco foi recebido pelo rei Mohamed VI, que estava acompanhado pelo príncipe herdeiro Moulay Hassan, e pelo irmão do monarca, o príncipe Moulay Rachid.

O diálogo inter-religioso e uma aproximação à comunidade cristã marroquina são os temas que irão marcar a visita de Francisco a Marrocos, a convite do rei Mohamed VI.

Segundo admitem responsáveis do Vaticano, a viagem terá uma dimensão muito marcada de “diálogo entre religiões” e de “fraternidade entre as várias confissões”, incluindo ainda uma aproximação à comunidade marroquina de cristãos.

O convite partiu do rei marroquino, Mohamed VI, a quem o Comité de Cristãos Marroquinos tem reconhecido esforços para tornar o país mais tolerante, sobretudo depois de ter organizado, em 2016, a “Conferência sobre Minorias Religiosas em Países Islâmicos”.

O primeiro dos compromissos do papa consistirá numa homenagem do papa aos anteriores reis, com Francisco e Mohamed VI a depositarem flores nas campas do pai do atual rei, mas a visita seguinte será a primeira com valor verdadeiramente “político”: Mohamed VI acompanhará Francisco ao Instituto de Imãs da capital, um lugar simbólico para os líderes religiosos.

A reunião tem como objetivo uma aproximação entre os representantes de duas das maiores religiões do mundo, sendo precisamente na esplanada da mesquita Hassan que Francisco fará o seu primeiro discurso naquele país.

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O discurso será feito perante autoridades marroquinas, representantes da sociedade civil e do corpo diplomático, mas também cidadãos anónimos.

Francisco pretende também visitar um grupo de imigrantes num centro social da Cáritas local, segundo informou a Santa Sé.

A visita é esperada com grande expectativa pelos cristãos marroquinos que anseiam por uma possível interferência do papa em relação aos seus direitos naquele país.

No domingo, o dia terá início com uma visita do papa ao Centro Rural de Serviços Sociais do município de Temara, no sul de Rabat, a que se seguirá uma ida à catedral da capital. Aqui Francisco terá um encontro com sacerdotes e outros religiosos e com o Conselho Ecuménico das Igrejas, altura em que acontecerá outro dos momentos-chave da visita: o Angelus, uma oração importante para os católicos e em que o papa faz, habitualmente, os principais apelos.

A viagem será concluída a seguir ao almoço com uma cerimónia de despedida no aeroporto de Rabat, de onde Francisco sairá às 17:15 locais (16:15 em Lisboa).

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