O maior envolvimento do Estado na integração de jovens e desempregados de longa duração no mercado de trabalho é uma das apostas do PS no programa eleitoral que está a preparar. O partido liderado por António Costa vai pôr a discussão um projeto de programa eleitoral dedicado à demografia que conta com programas de emprego, apoiados por fundos públicos, que visam não só aumentar a população ativa, como também “criar emprego em zonas mais deprimidas”.

Uma das medidas alinhadas é, segundo o coordenador do programa eleitoral do PS João Tiago Silveira, o lançamento de um programa nacional de mercado social de emprego” que consiste em trabalhos “em áreas sociais, financiado pelo Estado, tendo em conta a criação de emprego em zonas deprimidas ou para ajudar públicos mais vulneráveis”. “É sempre melhor ter alguém inserido no mercado de trabalho, mesmo financiado pelo Estado, em áreas sociais”, diz o socialista exemplificando com atividades em instituições de solidariedade social ou de outra natureza social.

E o PS também propõe que o Estado siga o exemplo do empresário Rui Nabeiro em Campo Maior, e apoie “programas de incubadoras que potenciem a inclusão no emprego para desempregados de longa duração e jovens NEET (que não estudam, não trabalham, nem estão em formação profissional)”. Segundo o socialista explicou ao Observador, trata-se de “equipas organizadas e orientadas para a procura ativa de emprego em grupo”. Esta é uma das formas com que o PS conta poder fazer face à “redução da população ativa em Portugal que, segundo dados do INE, diminuiu em 408 mil pessoas entre 2008 e 2018”.

Além de medidas mais focadas na inserção no mercado de trabalho das situações mais problemáticas, o PS quer também agir “preventivamente” junto de empresas em risco. A ideia é ter “uma brigada de intervenção rápida com atuação preventiva” que possa “recuperar empresas em situação ou possibilidade de risco”, envolvendo o Instituto de Emprego e Formação Profissional, mas também a Segurança Social nesta tarefa. A ideia é intervir “em situações de dificuldade empresarial e risco de desemprego imediato de forma conjunta e articulada”, explica Silveira.

O PS tem estado a apresentar o projeto de programa eleitoral por partes, sendo já conhecidas as medidas previstas (e em discussão pública) para áreas como as alterações climáticas, as desigualdades, a demografia e , agora, a demografia. Fica a faltar o quarto pilar anunciado por António Costa, relativo à sociedade digital. O programa eleitoral que o PS levará a votos nas eleições de 6 de outubro ficará fechado dias antes da Convenção Nacional de 20 de julho onde será aprovado pelo partido.

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