A história coincide em quase tudo com o enredo da série “Casa de Papel”. Um grupo de quatro homens armados assaltaram um edifício da Casa da Moeda na Cidade do México e roubaram o equivalente a mais de 2,2 milhões de euros em moedas de ouro e relógios comemorativos. O grupo entrou no banco (responsável pela distribuição de moedas e notas) pela entrada no Paseo de la Reforma às 10h30 desta terça-feira, desarmaram os seguranças, acederam ao cofre e retiraram o ouro. Tudo em menos de três minutos, sem deixarem vítimas nem serem apanhados pela polícia, conta o El País.

Jesús Orta, secretário da segurança da Cidade do México, confessou estar impressionado pela facilidade (e rapidez) com que os assaltantes corromperam a segurança na Casa da Moeda mexicana. E culpou os guardas de serviço naquela manhã, a quem acusa de “não terem seguido os protocolos, o que pode ter facilitado a ocorrências destes factos”. No entanto, essas falhas podem ter raízes mais profundas: é que já em julho de 2018 a Casa da Moeda foi assaltada durante umas obras de remodelação. No entanto, o valor dos bens roubados foi muito inferior: o equivalente a pouco mais de 91 mil euros.

De acordo com o El Mundo, que ouviu testemunhas do assalto, os quatro homens dirigiram-se diretamente ao cofre blindado, o que levantou a hipótese de o golpe ter sido planeado com a ajuda de pelo menos oito funcionários da Casa da Moeda. Do interior desse cofre retiraram 1.500 peças de ouro chamadas “centenários” — moedas de celebração — cujo valor supera os 2,2 milhões de euros.

Uma hora antes do assalto na Casa da Moeda no México, foi registado outro roubo nas vizinhanças do edifício. Também no Paseo de la Reforma, um homem foi atingido a tiro por um assaltante que tentava entrar numa loja. A vítima foi acudida e encontra-se fora de perigo. Como a distância temporal entre os dois eventos eram curtos, os meios de comunicação social mexicanos julgaram que os dois acontecimentos se tratavam do mesmo assalto. Só mais tarde se aperceberam que eram eventos distintos. E que um era independente do outro.

Os dois assaltos testemunham uma onda de criminalidade que está a assolar a capital mexicana. Em 2018, foi registada uma taxa de 22 homicídios por cada 100 mil habitantes, recorda o El País. Essa tendência continuou a registar-se na primeira metade deste ano, quando dois estudantes de 22 e 29 anos foram encontrados sem vida na Cidade do México com golpes na cabeça e sinais de asfixia.

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