O Centro para a Saúde Humana e Animal que vai nascer na Maia, o primeiro com “vocação” no âmbito da saúde global, vai dispor de valências para cirurgia experimental e para cirurgia de cavalos.

Os objetivos essenciais são destinados à investigação humana e animal, incluída num conceito de saúde global, que é um conceito transversal àquilo que é a saúde do ecossistema. Não é só a saúde dos animais, não é só humana, é da vida dos oceanos, da bio-sustentabilidade”, explicou esta quinta-feira à Lusa o diretor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS), Henrique Cyirne Carvalho, antecipando a apresentação pública do projeto que decorrerá na terça-feira, às 15h00, na Câmara da Maia.

O Centro, “o primeiro com esta vocação”, nasceu da ideia de incorporar todas as valências atualmente existentes no ICBAS alinhando “hastes” com o que estar a ser feito a nível europeu na área da saúde global.

Nesse sentido, revelou Henrique Cyirne, na nova estrutura vai ser instalado um centro de cirurgia experimental, por forma a ir de encontro à metodologia usada mundialmente para promover a aprendizagem de médicos e veterinários, bem como uma estrutura para cirurgia de cavalos, que complementarão a investigação na área da saúde humana e animal que ali se pretende desenvolver.

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A nossa expectativa é que se traduza num benefício claro, com o conhecimento adquirido neste modelo de investigação a beneficiar não só a população em geral como o ecossistema e biodiversidade”, disse.

À Lusa, o diretor do ICBAS escusou-se a apontar nesta altura o valor concreto do investimento, sublinhando que aguardam ainda o estudo prévio do projeto. “Se olharmos para a dimensão do nosso país, teremos de encontrar alguma imaginação para financiar a construção deste centro”, disse, admitindo que possa custar “uma dezena de milhão” de euros.

O novo Centro para Saúde Humana e Animal vai ser construído num terreno de quatro hectares na freguesia de Moreira, cedido pela Câmara da Maia.

Para o presidente daquela autarquia, António Silva Tiago, este é um projeto que “tem todas as potencialidades necessárias para se tornar num centro de referência mundial no domínio da produção de conhecimento para a saúde humana e animal”.

A junção de esforços, prestígio e saberes do ICBAS e da Universidade do Porto e as condições ímpares do município da Maia em termos de localização estratégica, infraestruturas de comunicação e mobilidade, bem como recursos humanos altamente qualificados, fazem com que este projeto esteja destinado ao sucesso, do qual todos colheremos frutos”, concluiu.

O primeiro passo para a concretização deste equipamento foi dado em dezembro de 2017, com a assinatura de um protocolo entre o ICBAS e a Câmara da Maia.

Há cerca de dois anos, cabia à câmara a cedência de um terreno, em regime de direito de superfície pelos próximos 30 anos, no Lugar do Padrão, freguesia de Moreira, e ao ICBAS construir o edifício no prazo estimado de três anos.

À data, os responsáveis estimavam que o futuro centro de investigação tivesse um custo de cerca de 2,5 milhões de euros, estando ainda a ser definido o modelo de financiamento que poderia passar pelos fundos estruturais.