A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos votará pela primeira vez na quinta-feira, em plenário, uma resolução para formalizar a investigação com vista à destituição do Presidente Donald Trump e permitir audiências públicas, anunciou esta segunda-feira Nancy Pelosi.

“Apresentaremos esta semana na Câmara uma resolução que reafirma a investigação em curso”, escreveu a presidente da Câmara dos deputados, a democrata Nancy Pelosi, numa carta enviada ao seu grupo parlamentar. O texto “estabelece o procedimento para audiências abertas aos cidadãos americanos” e “declara os direitos garantidos ao Presidente e sua defesa”, acrescenta a mesma fonte.

Os republicanos exigem há semanas uma votação formal para marcar o início da investigação anunciada no final de setembro e conduzida à porta fechada por comissões da Câmara, de maioria democrata. A oposição está a tentar determinar se o Presidente republicano abusou do seu poder por razões pessoais quando pediu à Ucrânia que investigasse Joe Biden, rival democrata na corrida à Casa Branca.

A Casa Branca denunciou uma “caça às bruxas” e recusa-se a cooperar na investigação. As acusações “infundadas”, argumenta Nancy Pelosi, mostram que a Casa Branca procura justificar “a sua operação sem precedentes de ocultação” dos factos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Nenhum calendário foi definido para a investigação dos democratas contra Donald Trump. A votação será realizada em sessão plenária e, se a sua acusação for aprovada, o Senado, com maioria republicana, terá de organizar o “julgamento” de Donald Trump.

A resolução, que será submetida a votação em comissão na quarta-feira e provavelmente será aprovada na câmara baixa, “autoriza a publicação de transcrições de audiências” e “apresenta os procedimentos necessários para transmitir evidências à comissão judicial “, segundo Pelosi.

Estamos a tomar esta iniciativa para eliminar qualquer dúvida para que o governo de Trump possa se recusar a transmitir documentos, impedir audiências de testemunhas, ignorar injunções devidamente autorizadas ou continuar a obstruir a Câmara dos Deputados”, afirmou a democrata.