Monte Velho Altitude tinto 2018

Apesar do tom esverdeado, o rótulo denuncia uma familiaridade imediata. No entanto, este é um Monte Velho diferente do habitual. A edição limitada, cujas garrafas são numeradas, resulta da colheita de 2018 e de vinhas de altitude, plantadas até 600 metros de altura na Serra de São Mamede, em Portalegre, onde os verões são mais amenos e com maior humidade do que em grande parte do território alentejano. Vai daí que este vinho se mostre mais fresco e elegante. Embora com algum potencial de guarda, está em ótimo estado para ser aberto este inverno.
Quanto custa? 5,99 euros
Onde comprar? Pingo Doce e lojas do Esporão (Herdade do Esporão, Quinta dos Murças e Esporão no Porto).

Singular 2018, A&D Wines

As uvas são todas de produção própria e as que dão origem ao Singular nascem na Quinta de Santa Teresa, posicionada na fronteira entre a região de Vinhos Verdes e o Douro. A empresa familiar prima por técnicas “orgânicas, sustentáveis e integráveis” e por rótulos que não têm como não dar nas vistas. O Singular, topo de gama, não foge à regra. Combinando várias castas — vindas também das mais antigas vinhas da quinta — resulta num blend da colheita de 2018. No copo comprova-se o equilíbrio, a textura aveludada e a acidez bem integrada.
Quanto custa? 9 euros
Onde comprar? El Corte Inglés, Garrafeira Nacional, supermercados Apolónia e Garrafeira Tio Pepe.

Foral de Évora tinto 2017

Em 2000, a Cartuxa (Fundação Eugénio de Almeida) lançou o primeiro Foral de Évora tinto para comemorar os 500 anos de atribuição de um foral àquela cidade. Cerca de 20 anos depois, o rótulo é atualizado: limpam-lhe o pó e concedem-lhe um design mais contemporâneo. Dentro da garrafa agora no mercado está a colheita de 2017 das castas trincadeira, alicante bouschet e aragonez, vinho que estagiou 12 meses em barrica e quatro meses em garrafa. Ei-lo: frutas vermelhas, estrutura, acidez e final de boca aveludado.
Quanto custa? 12 euros
Onde comprar? Divinus Gourmet, Garrafeira Nacional, Wines By Heart ou Enoteca Cartuxa, por exemplo, e em restaurantes selecionados, como Fialho, Luar de Janeiro, Solar dos Presuntos ou Rubro.

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Tapada do Chaves Reserva 2014

O ano de 2018 assistiu a grandes recomeços. A marca Tapada do Chaves, que em tempos ajudou a alavancar a região alentejana, é exemplo disso. Os vinhos regressaram com uma nova energia, mas com a imagem de sempre — apesar da nota de atualidade, os rótulos remetem para a fundação da marca, 1961, sendo que a rotulagem é feita sobretudo à mão. Nesta tapada (nome para pequena propriedade) onde um tal de senhor Chaves começou por plantar os primeiros vinhedos, estão duas das parcelas mais antigas em produção da região, com registos que viajam até 1901 (vinha velha tinta) e 1903 (vinha velha branca). O Tapada do Chaves Reserva 2014 tem na enologia Pedro Baptista, o mesmo nome por detrás do famoso Pêra Manca. Chegou há relativamente pouco tempo ao mercado e resulta do casamento feliz das castas aragonez, trincadeira e alicante bouschet, vindas de três parcelas distintas, localizadas entre os 350 e os 400 metros de atitude. O vinho estagiou durante 12 meses em madeira de carvalho português e francês, e outros 24 meses em garrafa.
Quando custa? 17 euros
Onde comprar? Divinus Gourmet, Garrafeira Nacional, Wines By Heart ou Enoteca Cartuxa, por exemplo, e em restaurantes selecionados, como Fialho, Luar de Janeiro, Solar dos Presuntos ou Rubro.

Tapada do Chaves. O regresso de um clássico alentejano

Palácio dos Távoras Bastardo 2018

Apenas existem 1.700 garrafas do vinho produzido 100% a partir de uma casta que, em tempos, não era necessariamente bem vista nem na vinha, nem no vinho. A uva bastardo parece agora estar a recuperar de um passado nem sempre glorioso, provando que também dá origem a vinhos interessantes e, sobretudo, gastronómicos. É o caso do Palácio dos Távoras Bastardo 2018, da Costa Boal: vindo da Quinta dos Távoras, em Mirandela, região de Trás-os-Montes, é menos alcoólico, elegante e apresenta uma cor mais aberta. Ótima companhia à mesa.
Quanto custa? 18 euros
Onde comprar? Garrafeira de Santos, Garrafeira Alvalade, Wines 9297 ou Garrafeira da Luz.

Quinta Monte D’Oiro Petit Verdot 2015

A edição limitada do monocasta Petit Verdot é oriunda da colheita de 2015 e chegou recentemente ao mercado. Perfil elegante a condizer com a marca que o fez nascer, o vinho tinto da região de Lisboa passou 18 meses em barrica de carvalho francês. A produção é contida a 650 garrafas, já que o vinho de cor intensa é proveniente de uma parcela muito pequena. O projeto Monte D’Oiro, situado em Alenquer, celebrou 20 anos em 2017, é da autoria do famoso gastrónomo e excelente contador de histórias José Bento dos Santos e é gerido pelo filho Francisco. A quinta é conhecida desde o século XVII como um terroir de renome e entre os seus hectares encontram-se cinco carreiras de vinhas centenárias que aí ficaram apenas para contar boas histórias.
Quanto custa? 20 euros
Onde comprar? Garage WinesReserva Wine Bar, Garrafeira Campo de Ourique, The Wine Company, Madame Bacchus, Casa dos Sabores de Óbidos, Estado Líquido ou Garrafeira Veneza.

Vinha de São Lázaro 2015

Tanto o Vinha de São Lázaro como o Vinha do Jeremias, descrito abaixo, são provenientes de pequenas parcelas. O primeiro resulta de uma vinha plantada em 2002, mesmo ao lado de uma ermida dedicada a São Lázaro — daí o nome de batismo do vinho –, figura religiosa protetora dos enfermos e dos mais necessitados. A vinha de touriga nacional, com apenas 1,5 hectares de dimensão, está situada numa encosta a poente e envolve as muralhas do Castelo de Estremoz. Este vinho reflete o interesse de João Portugal Ramos, já antes chamado o “pai” do Alentejo vinhateiro, no regresso aos monocastas, vinhos feitos a partir de um só tipo de uva e que ajudaram a projetar o nome do produtor no mercado nacional na década de 1990. A produção é limitada, pelo que as garrafas encontram-se numeradas.
Quanto custa? 25 euros
Onde comprar? El Corte Inglés Gourmet ou Auchan Gourmet Amoreiras, e em vários restaurantes espalhados pelo país.

25 anos de João Portugal Ramos. A história do produtor que ia trocando as uvas por ameixas

Vinha do Jeremias 2015

A parcela de quatro hectares ocupados pela casta syrah está na origem do vinho, também ele fruto do trabalho do produtor João Portugal Ramos, um nome no universo do vinho há mais de 25 anos. A vinha em questão foi plantada em 2003 e tem uma orientação este-oeste. O monocasta Syrah, à semelhança do touriga nacional acima mencionado, resulta da fermentação em lagar de mármore com pisa a pé e do estágio em barrica. Ambos os rótulos chegaram ao mercado em abril deste ano.
Quanto custa? 25 euros
Onde comprar? El Corte Inglés Gourmet ou Auchan Gourmet Amoreiras, e em vários restaurantes espalhados pelo país.

Dona Matilde Vinha Calços Largos 2017 Vinhas Velhas

“Vinhos de joalharia e de precisão”, lê-se no comunicado de imprensa que se refere às novidades da duriense Quinta Dona Matilde. A quinta está entre as mais antigas propriedades da região dos socalcos sobranceiros ao rio, tendo inclusivamente integrado a primeira demarcação ordenada pelo Marquês de Pombal em 1756. Este vinho em particular nasce das videiras plantadas pelo fundador da quinta, avô do atual proprietário, Manuel Ângelo Barros. O tinto do Douro é de parcela — à semelhança de outras sugestões que compõem esta lista –, fermentou e envelheceu durante 18 meses em cuba de inox, sendo que apenas existem 2.000 garrafas.
Quanto custa? 28 euros
Onde comprar? Todos os pontos de venda podem ser consultados aqui.

Tapada de Coelheiros 2015

É feito a partir das castas cabernet sauvignon e alicante bouschet, colheita de 2015. Fruta preta, especiarias, estrutura e acidez, com um potencial de guarda, diz quem o faz, que chega aos 15 anos. O Tapada de Coelheiros tinto foi concebido pela primeira vez em 1991 — hoje, tal como ontem, tem origem em duas vinhas distintas, a Leonilde, uma das primeiras de cabernet sauvingon plantadas na região, em 1981, e a Sobreira de Cima, a mais alta da propriedade, a cerca de 300 metros, que produz sobretudo alicante bouschet. Este tinto chegou ao mercado em outubro na companhia do Tapada de Coelheiros branco 2017. De referir que a Herdade de Coelheiros é uma propriedade familiar situada na aldeia de Igrejinha, no concelho de Arraiolos — estica-se ao longo de 800 hectares, sendo que apenas 50 estão dedicados ao cultivo da vinha.
Quanto custa? 31,30 euros
Onde comprar? Living Wine, Casa Macário, Casa Manuel Tavares ou Napoleão Wine Shops & Gourmet.

Alyantiju branco 2017, Aldeia de Cima

Tanto o Alyantiju branco como o tinto, descrito abaixo, são reflexo do novo projeto de Luísa Amorim, filha mais nova do já falecido magnata português Américo Amorim. O ano de 2019 assinalou a apresentação do projeto pessoal da mulher que já em 2005 ficou à frente da gestão da Quinta Nova, no Douro (pertença do grupo Amorim). Agora, é no Alentejo, numa propriedade de 2.400 hectares que está na família desde 1994, que Luísa vê nascer os novos vinhos. O projeto Herdade Aldeia de Cima começou a ser revitalizado em janeiro de 2017 com a recuperação de um monte em ruínas e o respetivo armazém, que agora serve de adega. A particularidade do projeto não se esgota num único aspeto, mas as vinhas plantadas em patamares em terras de xisto, a fazer lembrar os socalcos do Douro vinhateiro, ajudam a contar a sua história. Os primeiros vinhos do projeto são o Alyantiju branco 2017, 100% antão vaz, com estágio de nove meses em barrica nova de carvalho francês.

Quanto custa? 32 euros
Onde comprar? Garrafeira Soares, Garrafeira VIP, El Corte Inglés Porto e Lisboa, Garrafeira Tio Pepe ou Garrafeira Nacional.

Uma vinha em patamares no Alentejo e o projeto pessoal de Luísa Amorim

Alyantiju tinto 2017, Aldeia de Cima

Feito exclusivamente a partir da casta alicante bouschet, passou nove meses em barricas de carvalho francês. Vinho da colheita de 2017 — a primeira do projeto Aldeia de Cima, de Luísa Amorim, foi engarrafado em junho deste ano. Um vinho complexo e equilibrado, capaz de aquecer até os dias mais frios.

Quanto custa? 49 euros
Onde comprar?Garrafeira Soares, Garrafeira VIP, El Corte Inglés Porto e Lisboa, Garrafeira Tio Pepe ou Garrafeira Nacional.

Quinta Vale D. Maria Vinha da Francisca Douro Tinto 2017

Em entrevista ao Observador, Francisca Van Zeller explicou que aos 18 anos recebeu como presente de aniversário uma vinha plantada com o seu nome, a qual daria origem ao vinho Quinta Vale D. Maria Vinha Francisca, cuja primeira edição data de 2011, vinho que só seria comercializado dois anos depois. Agora, a colheita de 2017 chega ao mercado para continuar a homenagem de pai para filha, ela que em 2013 rendeu-se ao negócio de família e agora anda pelos quatro cantos do mundo de bandeira vinícola pregada ao peito. O vinho aqui em destaque mostra acidez, frescura e muita profundidade. Um clássico do Douro.
Quanto custa? 70 euros
Onde comprar? Garrafeira Nacional, Garrafeira Wines By Heart, El Corte Inglés Lisboa e Gaia, Garage Wines, Garrafeira Tio Pepe, Garrafeira de Santos, Garrafeira de Campo de Ourique, Néctar das Avenidas, Wine Dreams (Braga), Garrafeira Soares e supermercados Apolónia.

Francisca Van Zeller: “No início sentia que era eu que levava o vinho, agora é o vinho que me leva a mim”