Dois funcionários da casa mortuária do Hospital de Aveiro e nove agências funerárias foram acusadas pelo Ministério Público num caso de corrupção na morgue do hospital, segundo revela o jornal Correio da Manhã. Em causa estão os crimes de entrega e recebimento indevido de vantagem, com os dois arguidos a serem acusados de receber dinheiro e outras ofertas por parte das funerárias para agilizar processos ou alterar dados relativos à morte de pessoas na documentação oficial.

Ao todo, há 20 arguidos no processo, entre empresas e indivíduos. Ao Correio da Manhã, fonte do Centro Hospitalar do Baixo Vouga esclareceu que um dos arguidos é funcionário do hospital. Outro será do Gabinete Médico-Legal.

Para o Ministério Público, o esquema, que terá durado seis anos (de 2009 a 2015), consistia na aceitação de “gratificações entre os cinco e os 100 euros, ofertas de refeições” e outros presentes. Em troca, os funcionários da morgue aceleravam determinados processos ou resolviam outros problemas, “projetando uma imagem de maior eficiência junto da clientela” das agências funerárias.

Para além disto, num dos casos específicos, um dos arguidos preparou para o funeral um cadáver de uma pessoa que não tinha morrido no hospital de Aveiro. De seguida, fez “constar do livro de registo factos que não correspondiam à verdade” sobre a preparação dessas exéquias. Por essa razão, está também acusado de crimes de corrupção e falsificação de documento.

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