Já poucos são os políticos que podem dizer que não foram ao programa de Cristina Ferreira abrir as portas da sua vida privada. Depois de Rui Rio o ter feito há duas semanas, esta sexta-feira foi a vez de Luís Montenegro, também candidato à liderança do PSD, fazê-lo. À semelhança de Rio, Luís (ou Filipe, como lhe chama a família) Montenegro não cozinhou — embora tenha gabado a sopa de peixe que sabe fazer — mas revelou outros dotes escondidos: cantou com Tony Carreira a música que dizia “saber” de cor, “Sonhos de Menino”. E no fim deixou uma promessa: regressar ao programa para cozinhar arroz de cabidela caso venha a ser eleito primeiro-ministro — “compromisso do Luís”.

O momento aconteceu logo após a entrada de Montenegro no programa. O cantor Tony Carreira ainda estava no estúdio a acabar de preparar a sopa de peixe que ali tinha cozinhado, Montenegro provou e arriscou dizer que Tony Carreira era “quase tão bom a cozinhar como a cantar”. Daí até confessar que gostava de cantar, entre amigos, e que sabia “as letras” das canções dele de cor, foi um tirinho. O desafio já estaria combinado, mas tudo foi feito para que parecesse espontâneo. A canção escolhida foi “Sonhos de Menino”: Tony deu o mote, definiu o tom, e Montenegro acompanhou.

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Questionado depois sobre se os pais tinham algum “sonho para o menino Luís”, Montenegro ironizou com a ideia de que se tinham algum sonho para ele era de que “não fosse para a política”. Emocionando-se quando falou da morte do pai, que faleceu recentemente, Montenegro confessou que em casa (a família é grande já que a mãe tem 13 irmãos) todos o tratam pelo segundo nome próprio, Filipe, e que, quando era criança, tinha uma alcunha inusitada: “ervilha”. Porquê? Porque era “redondinho” e tinha os olhos “verdes”.

Sobre as diretas do PSD, que se disputam já no próximo dia 11 de janeiro, Montenegro não se estendeu muito, apenas quando a apresentadora lembrou que há apenas dez dias tinha estado ali naquela mesma cadeira o adversário Rui Rio, a quem Cristina Ferreira desafiou a falar alemão. Alemão, Montenegro não falou, apesar de até ter “estudado durante dois anos”. Mas deixou claro, em português, que tem “a certeza convicta” de que vai ganhar as diretas frente a Rio e Miguel Pinto Luz, e que “a chama do PSD se está a reacender”. Se não ganhar, não faz mal: “Sou uma pessoa feliz”, disse.

No fim, uma promessa: regressar caso venha a ser primeiro-ministro, para cozinhar o arroz de cabidela de que se gabou. Palavra de político? Não, “é melhor não”. “Compromisso de Luís”, preferiu dizer.