Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália, França. Tudo parado. Portugal, Rússia, Bélgica, Holanda, Ucrânia. Tudo parado. As provas nacionais dos dez países com melhor ranking na Europa já estavam suspensas e esta quinta-feira o 11.º, a Turquia, acabou por ceder aos pedidos de clubes e jogadores e fechou também portas depois de mais alguns encontros que foram sendo realizados à porta fechada. Áustria, Dinamarca, Escócia, Rep. Checa… A ideia foi percebida – tudo parado. Mas há uma exceção quando chegamos ao 25.º lugar: a Bielorrússia.

Numa altura em que existe quase uma espécie de minuta por preencher que começa com ______________ para preencher tendo à frente adiado ou suspenso, o país de leste teve hoje o arranque da primeira jornada da Vysshaya Liga, o campeonato nacional. E logo com uma surpresa (pelo menos para todos aqueles que não são propriamente especialistas do futebol local bielorrusso): o BATE Borisov perdeu fora na ronda inaugural diante do Energetick por 3-1, com Djasur Yakhshibaev a ser grande figura do jogo. No outro encontro, Gabriel Ramos, brasileiro que passou pelas escolas do Flamengo antes de rumar à Geórgia e saltar depois para a Bielorrússia, decidiu o triunfo do Torpedo-Belaz Zhodino na visita ao Shakthyor pela margem mínima (1-0).

Quando todos estudavam as soluções para enfrentar a pandemia global do novo coronavírus, a Bielorrússia estava na pré-temporada. Quando todos decidiram parar, a Bielorrússia começou a competição. E, pelas palavras do próprio presidente do país, Alexander Lukashenko, não existem razões para que algo seja diferente. Logo ele que, entre jogos de hóquei em gelo amigáveis com o russo Vladimir Putin (como na foto deste texto), jogou também futebol quando era mais novo e fez esqui e cross-country, mais dois desportos de inverno.

“Apesar de certas críticas ao meu nome, não posso chamar a este vírus outra coisa que não uma psicose e nunca mudarei de ideias. Porquê? Porque estou certo que iremos sofrer mais com o pânico do que com o vírus em si. O mundo civilizado do nosso planeta está maluco. Não há necessidade de entrar em pânico, é preciso continuar a trabalhar. Especialmente agora, no campo. É bom ver a TV, pessoas a trabalhar nos tratores, ninguém fala do vírus. O trator cura toda a gente, o campo cura toda a gente”, referiu, em declarações citadas pelo RT.

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«Lavem as mãos mais vezes, comam o pequeno-almoço, o almoço e o jantar a uma determinada hora. Não bebo álcool mas costumo dizer a brincar que o vodka não serve apenas para lavar as mãos, também deviam beber uns 100 mililitros por dia para matar o vírus, caso não estejam a trabalhar. Desejo-vos boa saúde, não adoeçam. Vão fazer uma sauna, desde que seja seca, duas ou três vezes por semana. Os chineses dizem que o vírus morre a partir dos 60 graus centígrados», acrescentou Alexander Lukashenko numa declaração ao país.