Com 2.314 mortos nos hospitais com Covid-19, 319 dos quais nas últimas 24 horas, e 35.575 casos confirmados, o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, anunciou este sábado que o combate à pandemia ainda agora está a começar.  Numa conferência de imprensa que se prolongou por duas horas, como descreve o Le Monde, ao lado do ministro da Saúde, o governante não foi manso nas palavras: “a luta ainda agora começou”. “Os primeiros quinze dias de abril serão difíceis, ainda mais difíceis do que os últimos quinze”, acrescentou. “Não permitirei que ninguém diga que houve qualquer atraso na tomada de decisões de contenção “, disse.

Os números apresentados este sábado não incluem as mortes em lares de terceira idade, o que deverá começar a ser contabilizado esta semana graças a um novo sistema de contabilização agora posto em prática.  Para lá dos números de vítimas que o novo coronavírus já fez no país, Edouard Philippe e Olivier Veran, que detém a pasta da Saúde, anunciaram também outras medidas. De acordo com os últimos dados disponibilizados, houve um aumento nas hospitalizações, com 17.620 pacientes internados com Covid-19, o que corresponde a um aumento de 1.888 doentes em comparação aos números de sexta-feira.

Em França, como em Portugal, faltam máscaras de  proteção individual (os números indicam que se gastam 40 milhões e máscara por semana, quando em Frabça apenas se produzem 8 milhões), por isso o Governo anunciou uma encomenda de mais de mil milhões de máscaras.

Nesta conferência de imprensa, o Governo anunciou também que pretende aumentar de 5 mil para 14 mil as camas de reanimação e falou em medias a serem tomadas nos lares que acolhem pessoas de idade. A ideia é criar nestes espaços quartos individuais para cada idoso, a fim de ficarem mais protegidos.

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França quer também fazer 50 mil testem por dias durante o mês de abril. A este número juntam-se mais 100 mil testes rápidos por dia a serem introduzidos já em junho — já foram encomendados 5 milhões. Atualmente são feitos cerca de 30 mil testes diários.

Este fim de semana terminaram as primeiras duas semanas de confinamento estabelecidas, que agora foram estendidas até 15 de abril como explica o Le Monde. E uma das medidas que está a ser implementada é precisamente a transferência de doentes que se encontram nos hospitais das zonas mais infetadas pela pandemia — uma vez que o pico da pandemia está previsto a partir de 5 de abril e até ao dia 15 desse mês. Estima-se que 50 pacientes que sofrem de doenças graves serão transferidos da região de Grand Est para outros hospitais, a fim de libertarem as unidades de saúde para novos internamentos por Covid-19. Grand Est é uma das regiões mais afetadas pela pandemia.

Esta manhã de sábado, a primeira destas evacuações foi feita por um helicóptero militar em Metz, em que foram retirados dois doentes em estado grave.