A venda de livros em Portugal caiu abruptamente em março na sequência do agravamento da pandemia de Covid-19. Segundo os dados recolhidos pela empresa de estudos de mercado Gfk, depois de duas semanas em queda, registou-se entre os dias 16 a 22 de março uma quebra de 63,3% nas vendas (de 65,8% no valor gerado) em comparação com o mesmo período do ano passado.

Na 12.ª semana de 2020, foram vendidos menos 121,6 mil unidades, o que corresponde a uma quebra de 1,6 milhões de euros no mercado, de acordo com a Gfk Portugal, que baseou o seu estudo em mais de 1.500 pontos de venda, físicos e online. António Salvador, diretor-geral da empresa, citado em comunicado, considerou que “a situação atual que vivemos está a afetar gravemente a venda de livros e, a continuar assim, será a pior crise que alguma vez existiu no mercado”.

Os estabelecimentos comerciais mais afetados foram as livrarias, onde a diminuição chegou aos 73%. Nos hipermercados, atingiu os 40%. As categorias que mais sofreram com a queda no número de vendas em março foram Lazer (-75%), Infantil/Juvenil (-64%) e Literatura (-58%).

A crise provocada pelo novo coronavírus levou ao encerramento de livrarias e à suspensão da publicação dos títulos agendados para março e abril pela maioria das editoras portuguesas, incluindo pelos maiores grupos editoriais, como Leya e Porto Editora, uma situação que poderá arrastar-se por mais tempo, até que o mercado regularize.

A 19 de março, altura em que a maioria das editoras anunciou a suspensão, a Bertrand admitia ao Observador que a pandemia já estava a afetar as chancelas do grupo, que começam a sofrer “um enorme impacto nas suas vendas”, embora não fosse ainda possível “estimar, com total segurança, a real dimensão da perda de volume de negócios”.

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