Há qualquer coisa de mágico em torno do lago Baikal, que provavelmente tem a ver com a sua dimensão (600 km de comprimento e 80 de largura), com a sua profundidade (1600 metros), a sua idade (entre 25 e 30 milhões de anos) ou com o facto de armazenar 1/5 da água doce do planeta. Em plena Sibéria, os Invernos ali são particularmente frios, o que congela a superfície do lago, revelando uma das suas características mais conhecidas: a camada formada por gelo transparente, que assume uma cor escura devido à profundidade do lago, onde as rachadelas e fracturas são uma constante.
Além de impressionante, em Março, o lago russo serviu de palco ao Baikal Mile Ice Speed Festival, um evento que atrai ao manto de gelo apaixonados por velocidade, que ali vão determinar a velocidade máxima dos seus veículos ao longo de uma pista com uma milha de extensão (1600 metros). O objectivo não é atingir recordes de velocidade (o gelo e a temperatura não ajudam), mas sim o convívio entre os apaixonados por carros e motos, além dos que se dedicam a produzir estranhos veículos de todos os tipos. Tudo isto numa pista que tem tanto em extensão como em profundidade (1600 m).
A Indian Motorcycles é uma marca americana de motos cheia de história, mas arredada do sucesso comercial. Hoje pertence à também americana Polaris, mais conhecida pelos seus ATV e motos de neve, que recuperou a Indian, dotando-a de uma gama de veículos de duas rodas que lhe permitem concorrer directamente com a Harley-Davidson. A Indian foi uma das motos que participou no festival de velocidade deste ano no lago Baikal, saída quase directamente de um evento similar, o Sultan of sprints. Só que este, ao contrário de Baikal, é disputado em asfalto e no calor da Europa.
O vídeo abaixo fala-nos da necessidade de adaptar a Indian Appaloosa Scout Bobber às condições do lago siberiano, do gelo aos pneus com 300 pregos cada, passando pela temperatura ambiente extremamente baixa (-30ºC durante a noite e -10ºC de dia), que tende a penalizar as mecânicas. Um motor que falhava a 290 km/h devido ao frio limitou o desempenho no primeiro dia, para um pneu rebentado fazer o mesmo no segundo dia de testes. Ainda assim, salvou-se a experiência, registada em vídeo.