Ao longo desta quinta-feira registaram-se mais 18 mortes por Covid-19 — são já 1.007 — e mais 306 casos de infeção (aumento de 1,2%). Estes números fazem subir o total de infetados desde o início do surto para 25.351. Estes são alguns dos dados do boletim publicado nesta sexta-feira pela Direção Geral de Saúde, que também trazem notícias mais esperançosas: uma queda muito significativa no número de pessoas hospitalizadas e internadas em unidades de cuidados intensivos (UCI).

Os internamentos, quer em hospitais quer especificamente em UCI, são dois dos dados que sofreram uma variação mais significativa ao longo do dia, de acordo com o boletim publicado pela DGS.

O número de pessoas hospitalizadas, que tem vindo a descer de forma razoavelmente consistente ao longo das últimas duas semanas, já foi superior a mil, mas recuou na última semana para os três dígitos e, ao final da noite desta quinta-feira, era inferior a 900. Em Portugal, há agora 892 pessoas hospitalizadas, de acordo com o boletim: menos 76 do que no dia anterior, o que corresponde a uma descida de 7,9% nos internamentos.

Também nos internamentos em UCI houve uma descida muito significativa ao longo do último dia — e mais drástica ainda. Se à meia-noite de quarta para quinta-feira havia 172 pessoas internadas em UCI, 24 horas depois o número caiu para 154 pessoas. Ou seja, entre saídas e novas entradas, há um balanço de menos 18 pessoas nestas unidades para doentes em condição mais grave, o que equivale a uma diminuição de 10,5%.

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É preciso recuar a março para encontrar descidas maior no número de pessoas hospitalizadas em 24 horas — e só aconteceram nesse mês em dois dias, a 17 e a 25, com dados relevados em ambos os casos nos boletins publicados nos dias seguintes. O número de pessoas internadas em UCI também não era tão baixo desde o boletim de 29 de março, referente ao final do dia anterior, altura em que foram contabilizadas 138 pessoas nestas unidades de internamento.

Para estes números terão certamente contribuídos os mais de 100 doentes dados como recuperados ao longo das 24 horas de quinta-feira. Se no boletim publicado quinta-feira de manhã contabilizavam-se 1.519 doentes recuperados desde o início do surto, 24 horas depois o registo de doentes recuperados supera os 1.600. Há agora registo de 1.647 pessoas que recuperaram, mais 128 em 24 horas, o que equivale a um aumento de 8,4%.

Novas mortes: 13 (em 18) tinham mais de 80 anos, dois menos de 60

Das 18 pessoas que morreram nesta quinta-feira com Covid-19, 13 tinham mais de 80 anos, duas tinham entre 70 e 79 anos, uma tinha entre 60 e 69 anos e duas tinham entre 50 e 59. Estas são outras conclusões retiradas do boletim publicado pela Direção Geral de Saúde nesta sexta-feira.

É portanto na faixa etária dos 50 aos 59 que se regista uma maior taxa de crescimento face aos valores registados até aqui: o número de vítimas mortais com 50 a 59 anos desde o início de surto passa assim de 29 a 31.

Em Portugal, há 4.307 infetados com 50 a 59 anos e 31 mortes, o que significa que nesta faixa etária morrem em média sete pessoas em cada mil infetadas (portanto, a taxa de mortalidade é de 0,7%).

Na faixa etária dos 40 a 49 anos, mantêm-se as dez vítimas mortais, o que significa que nestas idades morrem em média duas pessoas em cada mil infetadas (taxa de mortalidade: 0,2%).

Já morreram mais de mil pessoas em Portugal com o novo coronavírus

A mortalidade começa a aumentar a partir dos 60 anos: há agora 88 vítimas mortais com 60 a 69 anos, mais uma do que no dia anterior, o que significa que morrem em média em Portugal 30 pessoas em cada mil infetadas (taxa de mortalidade: 3%) nesta faixa etária.

A mortalidade dispara a partir dos 70 anos — 197 óbitos com 70 a 79 anos, morrendo em média 88 pessoas em cada mil infetadas (taxa de mortalidade: 8,8%) — e sobretudo a partir dos 80 anos, com 681 mortes em 3967 infeções, o que equivale a uma taxa de mortalidade de 17,1% e à morte em média de 171 pessoas em cada mil com infeção confirmada.

Das 18 mortes, 12 foram no Norte. Norte, Lisboa e Alentejo crescem em novos casos

Relativamente à prevalência da Covid-19 por região do país, as regiões Norte (de longe a mais afetada pela pandemia do novo coronavírus) e Lisboa e Vale do Tejo foram as que tiveram mais casos novos confirmados, em valor absoluto: há registo de mais de uma centena de infeções adicionais detetadas nas duas regiões.

Porém, percentualmente, a região que teve uma maior confirmação de novos casos face à totalidade dos casos detetados até aqui é o Alentejo, que em 24h tem um aumento de casos superior a 5% (mais 11, passando de 207 a 218).

Por oposição, não há registo de novos casos confirmados de infeção nas regiões Sul (mantêm-se os 331), Açores (mantêm-se os 127) e Madeira (que continua a ser a região menos afetada com 86 casos confirmados, sem qualquer deteção de novos casos ao longo de cerca de uma semana).

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É também na região Norte que se registou um maior aumento do número de mortes, ao longo de quinta-feira. Das 18 mortes em todo o país, ao longo de 24 horas, mais de 65% (12) foram de pessoas infetadas provenientes desta região do país. Há ainda três mortes registadas na região de Lisboa e Vale do Tejo e outras três na região Centro.

Também não foi detetado qualquer caso novo de infeção importado de outro país.