As autoridades sanitárias da Guiné-Bissau não divulgaram no fim de semana os dados sobre a evolução da Covid-19 no país por questões técnicas relacionadas com o volume de amostras recolhidas, explicou o presidente do Instituto Nacional de Saúde.

Em declarações ao jornal O Democrata, no domingo, Dionísio Cumba precisou que o número de amostras recolhidas ultrapassou a capacidade do Laboratório Nacional de Saúde, que pediu tempo para organizar os trabalhos, porque tem mais de mil amostras para analisar.

“Há uma grande hipótese de um aumento significativo do número de casos na Guiné-Bissau”, disse o médio Dionísio Cumba, que dirige o Instituto Nacional de Saúde e coordena o Centro de Emergências em Saúde do país.

Os últimos dados sobre a evolução do novo coronavírus na Guiné-Bissau, divulgados na sexta-feira, referem que no país foram registadas 257 infeções por Covid-19, incluindo 19 recuperados e um morto.

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Dionísio Cumba afirmou também que estão em confinamento social num hotel da capital 56 pessoas, que testaram positivo, e que aquele número inclui membros do governo, médicos, polícias e jornalistas.

“Não foi por luxo, mas por razões estratégicas devido ao seu estatuto social e que podem contribuir para a disseminação do vírus. Temos informações que indicam que alguns membros do governo estão fora de Bissau o que é muito grave porque podem ser foco de infeção nas regiões”, disse o médico ao jornal.

O presidente do Instituto Nacional de Saúde alertou também para a possibilidade de a Guiné-Bissau ter uma infeção comunitária devido às dificuldades para rastrear a origem da contaminação da primeira vítima mortal, salientando que depois daquela morte registou-se um aumento das infeções.

Na semana passada, as autoridades anunciaram que vários membros do governo guineense no poder estavam infetados, incluindo o primeiro-ministro, Nuno Nabian.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, prolongou, pela segunda vez, o estado de emergência no país até 11 de maio.

No âmbito do combate à pandemia, as autoridades guineenses encerraram também as fronteiras, serviços não essenciais, incluindo restaures, bares e discotecas e locais de culto religioso, proibiram a circulação de transportes urbanos e interurbanos e limitaram a circulação de pessoas ao período entre as 7h e as 14h horas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 245 mil mortos e infetou mais de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.