A WeChangers, uma startup portuense que criou um “LinkedIn para a área social”, anunciou que recebeu um milhão de euros através de uma ronda de investimento financiada pelo Fundo para a Inovação Social, a Regenerative Investment, a BOMA Investments e o Fundo Bem Comum FCR. Ao Observador, Bernardo Janson, um dos fundadores, diz que este montante vai permitir crescer o negócio “não só em Portugal, mas também a nível mundial”.

Esta startup foi criada por Maria Ferreira da Silva, Duarte Melo Ribeiro e por Bernardo Janson que lideram a empresa: “Não temos oficialmente um CEO, temos feito uma presidência partilhada”, conta Bernardo ao Observador. O objetivo destes fundadores era ajudar as organizações com propósitos sociais. Por causa disso, a empresa criou uma plataforma online de troca de mensagens e tem como missão “que pretende conectar as pessoas e organizações cujo o principal propósito é resolver problemas sociais e ambientais” diz Bernando Janson.

Há diretórios [de contactos a nível global], mas não vemos uma rede em que as pessoas podem crescer nesta componente social”

Na prática, a WeChangers junta esta rede de contacto e fornece-lhes ferramentas e “oportunidades de colaboração”, explica Bernardo Janson. Funciona como “um linkedin para a área social”, diz. Atualmente, a plataforma “global e aberta” reúne vários projetos e dados atualizados sobre “organizações sociais, fundações, investidores e empresas” que a startup apelida de “world changers“. A plataforma global é gratuita. Contudo, “as comunidades privadas” que é possível gerir são pagas por entidades gestoras para garantir a sustentabilidade do negócio.

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A WeChangers é uma rede online, uma comunidade que pretende conectar as pessoas e organizações cujo o principal propósito é resolver problemas sociais e ambientais”, explica Bernardo Janson.

Segundo este responsável da empresa, o montante “significa que podemos passar de ser uma rede com âmbito reduzido para podermos escalar”. “Para já”, o foco vai ser crescer em Portugal, “mas também a nível mundial”. Apesar de este ser o primeiro financiamento que recebe, a empresa tem “uma rede de filatronpos” que “é gerida através de Nova Iorque” e trabalha com entidades como o Banco Europeu de Investimento, entre outras.

Todos os objetivos da WeChangers estão focados com a agenda da ONU até 2030. A candidatura para este investimento começou ainda em 2019. No entanto, sendo recebido numa nova fase da humanidade devido à pandemia da Covid-19, Bernardo explica que vão ter um papel ainda mais importante. O responsável diz ainda que cada vez mais organizações estão a procurar a WeChangers “porque agora precisam de uma componente online”. “À semelhança de um Zoom que multiplicou por 20 vezes a capitalização bolsista, nós sentimos um crescimento redobrado”, diz o ainda o mesmo responsável.

A pandemia vai evidenciar os problemas sociais que já existiam e vai tornar as pessoas mais conscientes e mais ávida para saber como podem cooperar”

O Fundo de Investimento Social entrou com 70% do capital levantado pela WeChangers. Como explica a PME Investimentos em comunicado, que gere este fundo, este “é um investimento de política pública financiado pelo Fundo Social Europeu através do Compete2020 destinado a potenciar e apoiar iniciativas de inovação e empreendedorismo social que desenvolvam respostas inovadoras, impactantes e sustentáveis para a resolução de problemas da sociedade”.

Entre os investimentos, está a Regenerative Investment que foi fundada em 2012 com o objetivo de investir em empresas/projetos que conciliem inovação e impacto, tendo em vista um mundo melhor e mais sustentável, explica a PME investimentos em comunicado. Além desta, está a BOMA Investments, fundada em 2009, é o “veículo de investimento de impacto para o Boehm Family Office” e “foca-se em empresas na fase early stage que necessitem de capital para testar um produto/serviço ou para escalar a sua atividade”.

Além disso, entrou também o Fundo Bem Comum FCR é promovido pela ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores), e tem como objetivo “promover o emprego sustentável para desempregados com idade acima dos 40 anos, procurando fomentar a dinamização da iniciativa privada por parte dos mesmos”.

As candidaturas para o programa do FIS Capital estão ainda abertas. As investimento têm um limite mínimo de vinte e cinco mil euros e máximo 2,5 milhões de euros.