O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apoiou a reintegração de mil crianças nas respetivas famílias em Moçambique, retirando-as de centros de acolhimento, no âmbito do combate e prevenção à Covid-19, anunciou aquele organismo.

A reunificação visa “garantir que as crianças estão seguras com as suas famílias e evitar um surto descontrolado nos centros de acolhimento”, indicou fonte oficial da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) em resposta a questões colocadas pela Lusa.

As crianças que voltaram a casa foram retiradas de 100 centros de acolhimento para onde tinham sido encaminhadas devido a situações como orfandade, abandono, violência ou negligência familiar.

As famílias vão receber um subsídio de alimentação para assegurar a sobrevivência das crianças, numa ação a ser coordenada entre o Unicef e o governo.

Para proteger as crianças e as suas famílias da Covid-19, o Ministério da Saúde (Misau), em parceria com o Unicef e outros organismos do governo e das Nações Unidas, está a finalizar um programa de fortalecimento e capacitação de plataformas comunitárias de apoio.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Entre estas plataformas estão os comités comunitários de proteção da criança”, refere aquela agência das ONU.

A estratégia visa garantir que todas as famílias recebam mensagens de prevenção de Covid-19.

Além disso, o Unicef tem vindo a trabalhar com a “Linha Fala Criança”, uma linha telefónica grátis à disposição de crianças para que possam fazer denúncias quando estiverem sob risco de violação dos seus direitos.

Sobre a reintegração de mais crianças no seio familiar, no âmbito da prevenção da Covid-19, o Unicef avançou apenas que “há crianças cuja situação familiar não permite que sejam reintegradas, pois não há condições de proteção da sua integridade física e emocional“.

“Até onde sabemos, estas continuarão nos centros. O governo instruiu todas as instituições de acolhimento para tomarem medidas de prevenção e cuidados para as proteger”, acrescentou.

Moçambique tem um total acumulado de 194 casos de infeção pelo novo coronavírus, sem registo de mortes e com 51 recuperados.

Em África, há 3.246 mortos confirmados em mais de 107 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 343 mil mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.