O novo suspeito do rapto de Madeleine McCann, Christian Bruckner, esteve preso duas vezes em Portugal: uma em 1999 e outra em 2006. Desta última, foi libertado cinco meses antes do rapto da criança britânica na Praia da Luz, no Algarve, avança o semanário Expresso.

Três anos depois de ter chegado a Portugal, em 1999, o alemão foi preso por pequenos furtos e cumpriu uma pena de dois meses de prisão na cadeia de Évora.  Depois de libertado, em 2006, foi novamente detido por ter roubado combustível numa bomba: desta vez, foi condenado a nove meses de prisão. De acordo com o semanário, Christian Bruckner cumpriu esta pena e foi libertado em dezembro de 2006 — cinco meses antes de Madeleine McCann ter desaparecido.

Violação, abuso de menores, droga. Os outros crimes de Christian Brueckner, o novo suspeito do caso Maddie

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Mas, antes disso, o alemão viria a cometer outro crime — pelo qual só viria a ser condenado quase 15 anos depois: a violação de uma idosa de 72 anos, na Praia da Luz. De acordo com uma decisão de um tribunal alemão a que o Observador teve acesso, Brueckner invadiu a casa da mulher e, lá, amarrou-a, amordaçou-a, agrediu-a, violou-a e ainda lhe roubou dinheiro.

Entre este crime de 2005 e a condenação de 2019, porém, o cadastro de Brueckner conta várias outras histórias. Tal como o Observador já tinha avançado, em 2014, o suspeito estava na Alemanha, em Braunschweig, quando voltou a ser acusado, agora de crimes de exploração sexual de crianças e pornografia infantil. Mas antes de qualquer julgamento voltou para Portugal — de onde acabaria por ser extraditado em 2017.

Quem é o homem que a polícia alemã acredita que terá matado Madeleine McCann?

Terá sido a última vez que esteve em território português. De volta à Alemanha, Brueckner cumpriu a pena de prisão de um ano e três meses, tendo sido libertado em agosto de 2018, teoricamente, com a obrigação de apresentar-se uma vez por mês às autoridades alemãs durante cinco anos — o que não aconteceu. Viajou para a Holanda e, depois, para a Itália.

Mas as autoridades alemãs tinham-no debaixo de olho e emitiram um novo mandado de detenção, desta vez dirigido às autoridades italianas. E é com este mandado europeu que é detido cerca de um mês depois, a 18 de outubro, e enviado de novo para a Alemanha, para cumprir mais um ano e nove meses de prisão.

Nessa altura, em 2018, a PJ estava a fazer um levantamento dos crimes sexuais que tinham ficado por resolver na zona da Praia da Luz. Encontraram então a violação da mulher de 72 anos, enviaram as provas recolhidas na altura pela GNR para a Alemanha e identificaram o autor do crime: Brueckner. O julgamento só terminaria no tribunal da comarca de Braunschweig em dezembro de 2019, com uma pena total fixada em sete anos de prisão — que se encontra agora a cumprir.