A associação ambientalista Zero queixou-se esta segunda-feira de falta de esforços para a conservação da natureza em Portugal, apontando três exemplos de fauna e flora: o lobo-ibérico, o saramugo e a Linaria.

Num comunicado divulgado na véspera do Dia Nacional da Conservação da Natureza Zero considera que a conservação da Natureza continua fora das prioridades do Ministério do Ambiente, que mantém uma “preocupante e continuada inação”, com uma intervenção “praticamente nula”.

Para a associação ambientalista, é preciso mudar o registo da governação e sair de políticas que “mascaram a conservação da natureza com setores economicistas que apenas perseguem o objetivo da sua exploração a qualquer preço”.

Portugal, consideram, está na mira da Comissão Europeia desde que o Tribunal de Justiça da União Europeia concluiu que Portugal não está a cumprir a diretiva dos Habitats, faltando designar 61 locais como zonas especiais de conservação.

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A Zero identifica o lobo-ibérico como uma das espécies que precisa de “ações urgentes” e acompanhamento, contando para já apenas com “um plano de ação que não sai do papel”.

As alcateias de lobos a sul do Douro estão “severamente ameaçadas”, alerta a Zero.

Da mesma forma, a espécie de peixe saramugo, considerada “criticamente em perigo”, está presa à “inércia dos organismos públicos”, a quem falta alargar a área de proteção do Guadiana para as bacias do rio Chança e das ribeiras da Foupana e Odeleite, onde há “pressões para a construção de mais barragens”.

No Alentejo, a Zero defende que é preciso proteger a ”, uma espécie de planta ameaçada pela intensificação da irrigação nos perímetros de rega alimentados pela barragem do Alqueva.

A Zero alerta ainda para as espécies exóticas e infestantes que ameaçam as endémicas, referindo que as florestas portuguesas estão cada vez mais cobertas por acácias e eucaliptos, sobretudo em zonas que foram destruídas por incêndios.

Estão comprometidos os objetivos de conservação da rede Natura 2000″, afirmam, apontando também o “aumento sem precedentes” de espécies vegetais em rios, lagoas e zonas húmidas.