O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou esta terça-feira ao homólogo russo, Vladimir Putin, para que “favoreça o apaziguamento e o diálogo” para resolver a crise na Bielorrússia, indicou o Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa.

Numa conversa telefónica entre ambos, tendo como pano de fundo a cimeira extraordinária da União Europeia (UE) sobre a Bielorrússia, que decorrerá quarta-feira, Macron sublinhou a Putin o papel “construtivo” que os 27 querem desempenhar na antiga república soviética para que “cesse imediatamente a violência” sobre a população.

Segundo a nota da Presidência francesa, Macron defendeu também junto do homólogo russo que a UE deseja encontrar uma “solução política” para que se possa, “rapidamente”, ir ao encontro das aspirações expressas pela população.

[Macron] adiantou que a França está a trabalhar nesse sentido, em coordenação com a chanceler alemã [Angela Merkel], com o presidente do Conselho Europeu [Charles Michel] e com o conjunto dos parceiros europeus para a [reunião extraordinária de quarta-feira] consagrada à Bielorrússia”, lê-se no comunicado da Presidência francesa.

Macron já tinha analisado com Putin a questão da Bielorrússia a 12 deste mês, tendo dado conta da “preocupação muito grande” após a reeleição, com pouco mais de 80% dos votos, do Presidente cessante Alexander Lukashenko para um sexto mandato (há 26 anos que está no poder), numa votação marcada por fortes suspeitas de irregularidades.

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Antes da declaração de Macron, também o Kremlin, igualmente num comunicado, indicou que, na mesma conversa, Putin advertiu Macron, para o facto de ser “inadmissível” interferir nos assuntos internos da Bielorrússia e, paralelamente, pressionar as autoridades de Minsk.

Bielorrússia: Putin diz a Macron que é “inadmissível” pressionar Minsk

“Ao abordar a grave situação na Bielorrússia, Vladimir Putin considerou inadmissível a intervenção nos assuntos internos desta república e as pressões contra os dirigentes bielorrussos”, indicou o Kremlin, num comunicado.

Segundo a Presidência russa, Putin e Macron expressaram o interesse comum de ver “rapidamente uma solução para os problemas” da Bielorrússia. No comunicado é assinalado também que os dois presidentes trocaram pontos de vista sobre a situação de guerra na Líbia, mas dada é adiantado em concreto.

Ainda esta terça-feira, Putin também manteve uma conversa telefónica com a chanceler alemã, Angela Merkel, sobre a situação na Bielorrússia após as eleições presidenciais de 9 deste mês e a necessidade de se iniciar rapidamente um diálogo nacional no país. Na conversa, o Presidente russo pediu a Merkel para que se evite qualquer ingerência nos assuntos internos bielorrussos, enquanto a chanceler alemã exigiu o fim da repressão policial contra os manifestantes que, desde o dia das eleições, têm protestado contra os resultados eleitorais.

Bielorrússia. Merkel frisou a Putin a necessidade de diálogo nacional