O ministro das Infraestruturas e Habitação disse esta sexta-feira que a consignação da empreitada de abertura do canal de ‘metrobus’ (autocarros elétricos) na Baixa de Coimbra é um “passo estruturante” para a mobilidade da cidade e da região.

Discursando no exterior dos Paços do Concelho de Coimbra, na cerimónia de consignação da obra, que se insere no Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), Pedro Nuno Santos salientou que a intervenção parecia “um bloqueio difícil de arrancar”. Horas antes, o governante tinha presidido em Serpins, concelho da Lousã e distrito de Coimbra, na cerimónia de consignação da empreitada de adaptação do Ramal da Lousã (desativado há 10 anos) à circulação de veículos do tipo “metrobus”, entre aquela localidade e o Alto de São João (Coimbra), numa extensão de 30 quilómetros, que também se insere no SMM.

“Foram 30 anos [de projetos], 10 anos sem carris, e hoje é muito difícil os cidadãos desta região acreditarem [neste projeto], depois de várias cerimónias, que agora é a valer”, disse Pedro Nuno Santos, numa intervenção em que salientou “o respeito e a justiça por um povo que esperou e foi ficando para trás”. O ministro das Infraestruturas e Habitação disse que os governantes não podem “vir a mais uma cerimónia sem reconhecer que o Estado ficou a dever às populações desta região demasiados anos e que há um pedido de desculpas que é devido”.

O governante considera mesmo que é necessário fazer uma reflexão sobre os atrasos a que se vota grande maioria do território, ao contrário do que acontece com algumas partes, “poucas”, nomeadamente Lisboa e Porto. “Temos de o assumir e enfrentar, porque é uma realidade que as nossas populações sentem diariamente. É muito difícil em Serpins pedir às pessoas para acreditarem no poder político, quando há 10 anos que não têm uma alternativa de mobilidade”, realçou.

A empreitada de abertura do canal de ‘metrobus’ na Baixa de Coimbra vai ligar a frente do rio Mondego à Rua da Sofia, permitindo a execução da Linha do Hospital do SMM. Trata-se de um investimento de 3,5 milhões de euros, com um prazo de execução de 23 meses, que integra a reconstrução de vários imóveis e a construção do edifício-ponte, da autoria do Arquiteto Gonçalo Byrne.

A Linha do Hospital do ‘metrobus’ fará a ligação da zona da Baixa de Coimbra e do Ramal da Lousã à zona de Celas, onde se localizam os Hospitais da Universidade de Coimbra, IPO, Hospital Pediátrico, e as Faculdades de Medicina e Farmácia.

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