A agência de notação financeira Moody’s reviu em baixa o rating dos depósitos a longo prazo do Banco Angolano de Investimento (BAI), do Banco de Fomento Angola (BFA) e do Banco Económico (BE) de B3 para Caa1, com uma perspetiva estável.

“O Serviço de Investidores da Moody’s baixou hoje [quinta-feria] os ratings de depósitos a longo prazo de três bancos angolanos”, diz a agência de notação financeira numa nota esta quinta-feira emitida, referindo-se a BAI, BFA e BE, acrescentando que “a perspetiva para os depósitos a longo prazo destes três bancos é estável”.

A empresa norte-americana de ratings confirmou ainda uma degradação da Avaliação Base de Crédito (ABC) e a ABC ajustada do BAI e do BFA.

“Estas ações concluem a revisão para degradação dos ratings dos depósitos em bancos angolanos iniciada a 2 de abril e seguem a degradação” do rating da dívida soberana de Angola de longo prazo, emitida em moeda local e estrangeira, que na quarta-feira passou, também, de B3 para Caa1.

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No início de abril, a Moody’s anunciou que tinha colocado em revisão negativa os ratings de BAI, BFA e BE, depois de ter feito o mesmo quanto à República de Angola.

As ações de hoje [quinta-feira] quanto aos ratings refletem as expectativas da Moody’s quanto ao enfraquecimento do perfil de crédito individual no BAI e no BFA durante a pandemia de coronavírus e dos baixos preços de petróleo, assim como uma enfraquecida capacidade fiscal do Governo angolano em apoiar o Banco Económico em caso de necessidade”, refere a agência de notação financeira na nota hoje divulgada.

Na ótica da Moody’s, as ações refletem “os choques resultantes da queda abrupta do preço do petróleo e da pandemia de coronavírus e a depreciação da moeda contribuem para um enfraquecimento significativo das já fracas finanças públicas e frágil posição externa de Angola”.

Devido à diminuição do desempenho da economia, a agência de notação financeira espera que o produto interno bruto angolano sofra uma contração de 3,3% em 2020, ao invés de uma expansão estimada em 1,2% antes destes “choques”.

Por outro lado, a Moody’s assinala que os bancos beneficiam devido à “baixa quantidade de empréstimos” e por terem “rentabilidade mais resiliente que sustenta a diminuição da capacidade de absorção”.

A Moody’s acrescenta que as perspetivas estáveis nestes bancos angolanos refletem as perspetivas estáveis do rating soberano.

Para uma melhoria da classificação dos bancos a Moody’s considera que “qualquer balanço crescente dos ratings dos bancos estará dependente de um mais alto rating soberano”.

As notas B3 e Caa1 pertencem ambas a um grau de não investimento, cuja escala descendente vai de Ba1 a C. As obrigações classificadas Caa (1, 2 ou 3) são consideradas de qualidade pobre e sujeitas a um risco de crédito muito elevado, na definição da agência de rating.