O governo do Brasil enviou esta quarta-feira 43 agentes da Força de Segurança Nacional para auxiliar nos trabalhos de combate aos incêndios que destroem o Pantanal, a maior planície húmida do mundo, a pedido do governo regional de Mato Grosso.

O contingente é formado por bombeiros, militares, uma dezena de veículos, dois autocarros pequenos e um helicóptero, que deverão atuar por 30 dias a partir de quinta-feira, prazo que pode ser prorrogado, se necessário.

O apoio surge na sequência de um pedido do governador do estado de Mato Grosso, Mauro Mendes, para o envio de mais reforços e equipamentos, incluindo militares e aeronaves, para combater os incêndios que já destruíram cerca de 20% do Pantanal, bioma que o Brasil divide com a Bolívia e o Paraguai.

Mauro Mendes referiu que a maior área húmida do mundo, que se estende por cerca de 250 mil quilómetros quadrados, sofre “uma das piores ondas de incêndios dos últimos anos” e destacou que o bioma tem “significativa importância ecológica por abrigar muitas espécies de peixes e aves”.

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Atendendo ao pedido, o Ministério da Justiça autorizou esta quarta-feira o uso da Força Nacional de Segurança Pública na região de forma “episódica e planeada” e informou que está em contacto com as Secretarias de Segurança Pública do Distrito Federal e do Paraná para viabilizar o envio de equipamentos adicionais.

A Força de Segurança Nacional é uma unidade de polícias profissionais e especializados designados pelos estados brasileiros e que o governo envia como reforço para as regiões que necessitam de ajuda para lidar com problemas de ordem pública ou tragédias.

Os agentes que embarcaram esta quarta-feira vão juntar-se às cerca de 2.500 pessoas, entre bombeiros, socorristas e voluntários, que lutam contra as chamas que assolam o Pantanal desde março e que estão divididas em 40 equipas de combate a incêndio em várias áreas do bioma, além de seis aeronaves e três helicópteros.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os incêndios no Pantanal aumentaram 183% entre janeiro e 22 de setembro, passando de 5.690, em 2019, para 16.119 focos em 2020, superando o recorde registado em todo o ano de 2005, o pior ano da história do Pantanal, quando houve a deteção de 12.536 focos de incêndio no bioma.

Na comparação mensal, os dados do INPE indicam que em 2019, entre os dias 1 e 22 de setembro, o Pantanal registava 2.525 focos de incêndio, enquanto este ano, no mesmo período, foram registadas 5.966 queimadas.

No ritmo atual, este deverá ser o mês com o maior número de incêndios da história do Pantanal, face ao recorde de 5.993 registado em agosto de 2005.